Militares tomaram o controle de Guiné-Bissau e suspenderam o processo eleitoral do país, em um movimento de forte impacto político anunciado nesta quarta-feira (26). A medida, divulgada por meio de comunicado na televisão estatal, foi apresentada como necessária para impedir um suposto plano de desestabilização envolvendo atores nacionais e estrangeiros.

Militares anunciam tomada de poder

O pronunciamento foi feito pelo general Denis N’Canha, que declarou:
“O Alto Comando para Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública acaba de assumir, com plenitude, os poderes do Estado da República de Guiné-Bissau.”

Segundo os militares, a ação teria sido motivada pela descoberta de um “depósito de armas de guerra” e por indícios de um esquema para manipular as eleições gerais realizadas no último domingo. Eles afirmam que a intervenção busca impedir um plano em curso para desestabilizar o país.

Deposição do presidente e cancelamento das eleições

O Alto Comando decidiu destituir o presidente Umaro Sissoco Embaló, que confirmou sua deposição à emissora France 24.
Além do afastamento do chefe de Estado, os militares também cancelaram as eleições presidenciais e legislativas, cujos resultados provisórios seriam divulgados nesta quinta-feira (27). A disputa eleitoral ocorria entre Embaló e o candidato da oposição, Fernando Dias da Costa.

Medidas de controle impostas pelos militares

Em meio à tomada de poder, diversas medidas de segurança foram implementadas:

  • Fechamento das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas;
  • Encerramento de todas as instituições públicas do país;
  • Imposição de toque de recolher entre 19h e 6h;
  • Suspensão das atividades de órgãos de comunicação social.

As ações reforçam o controle militar sobre Guiné-Bissau e instauram um período de forte instabilidade política.

A intervenção militar altera profundamente o cenário político de Guiné-Bissau e interrompe o processo democrático que estava em curso no país. Com o presidente deposto, as eleições canceladas e medidas rígidas de controle populacional adotadas, o país entra em um momento de incerteza, enquanto a Junta Militar afirma agir para preservar a segurança nacional e a ordem pública.

Com informações do Metrópoles

 

COMPARTILHAR: