O governo da Itália afirma que não sabe onde está a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-P). A informação foi concedida pela vice-ministra do Interior, Wanda Ferro, ao Parlamento italiano nesta sexta-feira (13).
“As investigações policiais já realizadas, e ainda em andamento, não permitiram, até o momento, identificar o paradeiro da Sra. Zambelli. As apurações prosseguem em colaboração com as autoridades brasileiras, e os dados já foram compartilhados com a Procuradoria de Roma”, disse.
Zambelli deixou o Brasil em 3 de junho e foi para a Itália, com uma passagem pelos Estados Unidos, após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A pena foi pelo esquema de invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Com as possibilidades de recursos esgotadas, Zambelli tem um decreto de prisão em aberto. O governo brasileiro formalizou na quarta-feira (11) o pedido de extradição da deputada licenciada. O documento foi recebido pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália na quinta-feira (12).
A manifestação de Ferro foi feita em resposta ao parlamentar Angelo Bonelli, do partido Verde e de Esquerda. Ele também questionou o motivo de Zambelli não ter sido presa quando passou pela imigração na Itália.
De acordo com a vice-ministra, Zambelli entrou no país por volta de 11h40 de 5 de junho, mas seu nome só constou como alerta difundido pela Interpol às 16h24, horas depois no mesmo dia, quando ela já estava na Itália. Zambelli alegou que tem cidadania italiana e entrou no país com o passaporte do país.
Motta manda pedido de cassação para CCJ da Câmara
Na quinta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a ordem de Moraes para cassar o mandato de Carla Zambelli.
Na CCJ, a deputada poderá apresentar a sua defesa em um prazo de até cinco sessões. Em seguida, a comissão tem o mesmo prazo para emitir um parecer favorável ou contrário à perda do mandato da deputada. Após votação, a decisão passa por análise do plenário da Câmara. É necessária a maioria absoluta dos deputados – 257 votos.
Ainda nesta quinta-feira, Motta comunicou ao Supremo que bloqueou o repasse de verbas ao gabinete de Zambelli. Na mesma decisão que mandou prender a deputada, Moraes determinou a suspensão dos “vencimentos e quaisquer outras verbas” destinadas ao gabinete dela.
Fonte: Lucyenne Landim, Levy Guimarães-O Tempo