O Vaticano realizou entre ontem (segunda-feira) e esta terça-feira (29) o Jubileu dos Missionários Digitais e Influenciadores Católicos. A programação contou com conferências, painéis, workshops, momentos musicais e partilhas de experiências, reunindo participantes de vários países, incluindo Portugal.
O momento central do encontro foi a missa celebrada na Basílica de São Pedro, presidida pelo cardeal Luis Antônio Tagle. Ele destacou que Deus é o verdadeiro “Grande Influenciador”, que não nos enviou mensagens digitais, mas o próprio Filho. “Jesus não é um rosto ou uma voz gerados por um programa digital. É a imagem do Deus invisível, gerado antes de qualquer criatura. O amor não pode ser gerado por um algoritmo”, afirmou. Segundo ele, “somente a pessoa divina com um coração humano pode amar divina e humanamente, produzindo uma transformação profunda e duradoura”.
Após a celebração, o Papa Leão XIV foi recebido com entusiasmo pelos presentes e dirigiu-se aos missionários digitais com um apelo à paz:
“Quanto precisamos de paz neste nosso tempo dilacerado pela inimizade e pelas guerras. (…) Esta é a missão da Igreja: anunciar ao mundo a paz!”
O Papa reforçou que essa missão hoje também se estende ao ambiente digital:
“A paz necessita ser buscada, anunciada e compartilhada em todos os lugares, seja nos dramáticos locais de guerra, seja nos corações vazios de quem perdeu o sentido da existência.”
Manter a humanidade na cultura digital:
“Hoje, encontramo-nos numa nova cultura profundamente caracterizada e formada pela tecnologia. Cabe a nós – a cada um de vocês – assegurar que esta cultura permaneça humana.”
E completou:
“A nossa missão é cultivar a cultura do humanismo cristão, e fazê-lo juntos. Esta é para nós a beleza da ‘rede’.”
Redes sociais como meio de encontro espiritual:
O pontífice também destacou:
“Não se trata apenas de gerar conteúdos, mas de criar um espaço de encontro entre os corações. (…) Este processo começa sobretudo com a aceitação da nossa própria pobreza, deixando de lado qualquer tipo de pretensão e reconhecendo a nossa inerente necessidade do Evangelho.”
“Redes onde se possa consertar o que está partido, onde se possa curar a solidão, sem se importar com o número de seguidores, mas experimentando em cada encontro a grandeza infinita do Amor. Redes que deem espaço ao outro mais do que a nós mesmos, onde nenhuma ‘bolha de filtros’ possa apagar a voz dos mais fracos. Redes que libertem, que salvem. Assim, cada história de bem compartilhada será o nó de uma única e imensa rede: a rede das redes, a rede de Deus.”
“Sendo agentes de comunhão, será possível quebrar a lógica da divisão e da polarização; do individualismo e do egocentrismo. É preciso colocar Cristo no centro para vencer a ‘lógica do mundo, das fake news e da frivolidade, com a beleza e a luz da Verdade’.”
* Sob supervisão de Lucas Borges
Fonte: Izabella Gomes-Itatiaia