Após pouco mais de 5 meses presa, a influenciadora e modelo Katiúscia Torres Soares, mais conhecida como Kat Torres, teve um novo pedido de habeas corpus negado pela Justiça, desta vez no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A mulher, que chegou a ficar detida no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, no Horto, na região Leste de Belo Horizonte, foi transferida e cumpre pena atualmente no Rio de Janeiro.

A reportagem do jornal O Tempo teve acesso, nesta quarta-feira (26), à decisão proferida pelo ministro Rogério Schietti Cruz no último dia 19. No pedido, a defesa da influencer contestava a competência da 10ª Vara Criminal Federal “para julgar o feito originário”, o que deveria conceder um alvará de soltura à Kat.

Entretanto, para o magistrado do STJ, já há o entendimento de que o tribunal não poderia julgar o mérito da decisão antes do recurso em 2ª instância na Justiça Federal. Cruz ainda citou trechos da denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a influenciadora e modelo para justificar a negativa do pedido de liberdade.

“(Kat Torres) aliciou, alojou e acolheu D.F (uma das vítimas), mediante fraude, com a finalidade de submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; submetê-la a qualquer tipo de servidão e de exploração sexual, prevalescendo-se de relações de coabitação e hospitalidade”, dizia a denúncia, que apontava ainda que a vítima foi mantida em situação degradante entre abril e novembro de 2022.

Relembre o caso

Desde meados de outubro de 2022, uma história no mínimo confusa tomou conta da mídia e das redes sociais. A polêmica envolvia as famílias de duas brasileiras que acusam a influenciadora, modelo e autointitulada bruxa e hipnoterapeuta Kat Torres de participar de um esquema de tráfico humano para prostituição nos Estados Unidos. Kat foi presa em Minas Gerais pelo crime.

No entanto, no dia 21 de outubro, a jovem Dessirê Freitas, que foi apontada como uma das vítimas, e a influencer utilizaram a conta no Instagram de Letícia Almeida, também apontada como uma das vítimas, para publicar uma série de vídeos explicando o que teria acontecido sobre o suposto desaparecimento das jovens.

Em um certo momento dos registros, Kat diz que tudo isso estaria acontecendo porque “os amigos de Dessirê e os pais de Letícia inventaram que elas estavam sumidas, que foram sequestradas”.

Segundo Dessirê, tudo teria começado quando ela deixou de ser amiga de Patrícia (uma ex-amiga), a bloqueou nas redes sociais e seguiu com sua vida. Ela também alega que sempre foi perseguida “por ser loira” e inteligente e, por isso, decidiu deixar a rede social Instagram. Para Dessirê, a persseguição era causada pela inveja (“coisa de brasileiro”), e ela não aguentava maisser vítima desse sentimento,

Com a saída do Instagram, a ex-amiga ficou preocupada e começou a procurar por ela, dando início a história do desaparecimento e todos seus desdobramentos.

Os vídeos seguem com a dupla falando alternadamente para a câmera. Em alguns momentos, ouve-se apenas a voz de Kat orientando a amiga sobre o que falar. Elas contam que o marido de Patrícia, um policial canadense, utilizou de seus acessos para descobrir onde Desirrê estaria. “Eu não estava sumida coisa nenhuma”, esbraveja.

Poucos minutos depois, as postagens foram apagadas (embora já tenham sido publicadas em outros perfis) do perfil de Letícia.

No início de novembro, Kat Torres pagou fiança e foi encaminhada para a polícia responsável pela segurança das fronteiras dos Estados Unidos. O motivo da prisão da jovem no solo estadunidense ainda é desconhecido.

Fonte: O Tempo

 

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