Pessoas físicas e sócios de empresas apontadas pelo Ministério Público e pelas polícias como líderes dos bloqueios de rodovias realizados em diversos estados doaram quase R$ 1 milhão para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são do portal da Itatiaia.

No último sábado (12), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mandou bloquear as contas ligadas a 43 pessoas físicas e jurídicas indicadas em um relatório como lideranças dos protestos. Elas foram identificadas por policiais federais, rodoviários federais e militares por ordem do próprio Moraes, que determinou que as forças de segurança adotassem ações para desbloquear as rodovias.

Levantamento feito pela reportagem da Itatiaia com base no banco de dados de doações dos candidatos enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que seis pessoas citadas na decisão de Moraes e mais 12 sócios de empresas que também constam no documento fizeram doações que somam R$ 959.426,22 a Bolsonaro.

A maior doação individual foi feita pelo empresário Atílio Elias Rovaris, um dos sócios da Transportadora Rovaris LTDA., que destinou R$ 500 mil para a campanha do candidato do PL. A Rovaris, que tem sede na cidade de Sorriso (MT) atua no transporte rodoviário de cargas. O município, conhecido como ponto importante do agronegócio do país, deu 74,24% dos votos de seus eleitores a Bolsonaro, no segundo turno das eleições. Lula ficou com 25,66%.

Boa parte das empresas citadas na decisão de Moraes são transportadoras, mas há ainda, companhias ligadas ao setor de construção, do agronegócio e até um banco.

A segunda maior doação feita por esse grupo, que será investigado pela Justiça e poderá responder por crimes penais, de acordo com o próprio Alexandre de Moraes, é do empresário Ilo Pozzobom, sócio da Fermap Transportes LTDA., também com sede na cidade matogrossense. A empresa tem capital social de R$ 15,8 milhões e Pozzobom doou, sozinho, R$ 122.222,22 – o número, repetido, serve de alusão ao número de urna do candidato derrotado nas eleições.

O produtor rural Sergio Bedin também teve uma conta bloqueada por Moraes por participar – e liderar – os atos de bloqueios em rodovias. Natural de Sorriso (MT), ele doou R$ 100 mil à campanha de Bolsonaro.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato, por email, com as transportadoras Rovaris e Fermap, mas não teve resposta até o momento. Também tentamos contato com o produtor rural Sergio Bedin, citado na reportagem.

Fonte: Itatiaia

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