O secretário de Meio Ambiente, Paulo Coelho, recebeu na manhã desta segunda-feira (19), reclamação de moradores do bairro Maringá, informando que há mais de duas semanas, fogo e fumaça exalando mau cheiro os incomodavam, e que, segundo eles, o Corpo de Bombeiros havia informado que naquele local já existiu um lixão entre 1996 e 1999, que eles se dirigissem à Secretaria de Gestão Ambiental, pois a corporação nada poderia fazer.
Paulo Coelho, tão logo tomou conhecimento do fato, visitou o bairro e constatou a veracidade da informação. Imediatamente acionou os bombeiros, que então se dirigiram ao local e verificaram que de fato, o sub-solo, está parcialmente em chamas, provavelmente pela queima de gás metano, que normalmente se forma em lixões pela decomposição ao longo de décadas, da matéria orgânica ali depositada.
O secretário, diferentemente da opinião do comandante do Corpo de Bombeiros, negou-se a colocar ali uma máquina para revolver o terreno, por entender que o risco de explosão, existe sim, a exemplo do que ocorreu há décadas em Belo Horizonte, no triste episódio da Barraginha. Lá, segundo o secretário, tudo começou da mesma forma.
Para não assumir sozinho, a responsabilidade de uma decisão tão importante, imediatamente convocou a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal para visitar o local e avaliar a real situação, o que foi feito na tarde desta segunda-feira por meio da visita do vereador Eugênio Vilela/PV.
Paralelamente, o secretário Paulo Coelho informou a promotoria de Meio Ambiente sobre a ocorrência e acionou a Polícia Ambiental que, diante da situação, opinou por solicitar da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) para que técnicos do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) se desloquem para Formiga com o intuito de avaliarem a situação e proporem medidas mais adequadas, a serem tomadas.
O comandante da Polícia Ambiental, diante do que constatou, solicitou também que o secretário interditasse a área, por entender que há sim o risco de ocorrerem explosões e descartou, ao menos por enquanto, a adoção do emprego de máquinas no local, para revolver a terra, como proposto.
De acordo com o vereador Eugênio Vilela, em entrevista concedida após a visita ao local, há mais de 20 dias aquele terreno está pegando fogo. ?Fomos ao local para verificar o ocorrido. O secretário nos procurou para que o Legislativo tomasse ciência do problema. Parece grave a informação que tivemos lá. Os moradores deram depoimentos, a nós e à imprensa presente.Os bombeiros usaram 2.500 litros de água na manhã desta segunda, na tentativa de apagar o fogo e à tarde os focos, ainda continuavam lá. O cheiro de gás no local é muito grande?.
Eugênio Vilela disse ainda que, no local, existiu um lixão no local. ?A nossa preocupação é que o ?bolsão de gás? possa vir a explodir, pois existia um lixão no local e a possibilidade de estar gerando gás é muito grande. De lá mesmo entramos em contato com a Polícia Ambiental, através do Paulo Coelho. A Feam foi acionada, pois, eles têm uma equipe técnica para isso e esperamos que eles possam vir à Formiga para resolver o problema, conforme prometido, com a maior urgência?.
Segundo o secretário Paulo Coelho, a interdição da via mais próxima já foi solicitada ao departamento de trânsito da Prefeitura.
Na manhã desta terça-feira (20), o vereador Eugênio Vilela em companhia de professores do Unifor visitou o local. Eles constataram que houve uma modificação no terreno, com desmoronamentos no entorno da saída de labaredas e fumaça, o que, para eles, é uma agravante e indica que as providências tomadas pelo secretário estão perfeitamente condizentes com a situação. Segundo o professor Leizer de Oliveira, doutor em engenharia ambiental e Anísio Fonseca, professor nos cursos de engenharia ambiental, engenharia civil e química, também do Unifor, o problema parece cada vez maior, e a cratera que se forma, se aproxima do asfalto da via pública lá existente.

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