Tem aquela da mulher que paga uma fortuna numa Louis Vuitton e, ao descobrir uma amiga que gastou uma pechincha por uma bolsa falsa, porém exatamente igual à sua, resolve mentir. Tem ainda o caso de uma fulana carente que leva um cego para casa, faz dele seu amante e acaba causando uma tragédia. E tem também uma outra que fala que é muito mais velha só para acharem que ela é muito mais nova.

Mulher mente por qualquer razão. E os homens, desde a mais tenra infância, aprendem a conviver com isso. “’Olha o aviãozinho!’ A primeira mentira. Ela querendo nos convencer de que o que tinha na mão não era uma colher com papinha, mas um avião. Um avião!”

É dessa maneira que Luis Fernando Verissimo dá a partida para sua nova coletânea de crônicas. Nas livrarias, ‘As mentiras que as mulheres contam’ (Editora Objetiva), é uma resposta ao best-seller de 15 anos atrás, ‘As mentiras que os homens contam’ (500 mil exemplares vendidos). As 48 crônicas que recheiam o livro foram garimpadas pela editora do extenso material publicado na imprensa. Somente o texto introdutório (o do aviãozinho), que amarra o livro, é inédito.

Aos 79 anos, o marido de Lúcia (a primeira namorada séria) há 52, pai de Fernanda, Mariana e Pedro e avô de Lucinda, é um dos escritores mais populares do país. Também cartunista, tradutor, roteirista, dramaturgo, saxofonista, romancista bissexto (com seis títulos publicados), fez da crônica seu principal ofício.

 

Escrevendo semanalmente para três jornais, Verissimo versa com a mesma facilidade sobre temas áridos tanto quanto os corriqueiros. Nessa coletânea, que vem se somar a 60 livros publicados, ele fala de temas comezinhos, mas que fazem parte da vida de homens e mulheres.

É o orgasmo fingido, o presente passado para frente, a mentira para ganhar um afago do marido, aquela desculpa esfarrapada que não faz mal a ninguém.

‘As mentiras que as mulheres contam’
De Luis Fernando Verissimo.
Objetiva – 184 páginas, R$ 34,90 (livro) e R$ 23,90 (e-book).

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