O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciu nesta terça-feira (13), durante encerramento dos trabalhos do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília, que Aloizio Mercadante será o presidente do BNDES. No local, funcionou o gabinete de mudança de gestão coordenado pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). O encerramento dos trabalhos acontece um dia após a diplomação de Lula e Alckmin junto ao Tribunal Super Eleitoral (TSE).

“Vai acabar privatização nesse país. Já privatizaram quase tudo (…) vi críticas a você, Mercadante, por boato que você vai ser presidente do BNDES. Pois não é mais boato: você, Mercadante, vai ser presidente do BNDES”, declarou.

Durante sua fala, Lula ainda acusou o atual chefe do Executivo de negar o resultado das eleições e de incentivar apoiadores a fazer o mesmo. “Ele segue o rito de todos os fascistas do mundo. Esse grupo veio para negar. Dizem defender os costumes, a família, mas o que mais fazem é negar as coisas das próprias famílias” .

Já o vice-presidente eleito e diplomado, Geraldo Alckmin, declarou que estamos terminando uma fase importante. “O presidente Lula fez uma campanha muito participativa”. Alckmin alfinetou Jair Bolsonaro ao dizer que Lula percorreu o Brasil, ao invés de fazer “motociatas”.

Alckmin disse que essa foi uma transição democrática e participativa. “Essa foi a transição mais participativa de todos os governos”, informou a lista que cerca de mil pessoas colaboraram.

Ao todo, foram 33 grupos temáticos que produziram diagnósticos sobre várias áreas da gestão Bolsonaro, apontando sugestões como recriação de ministérios, revogação de portarias. O orçamento previsto para o ano que vem está entre as reclamações presentes no documento. As orientações vão servir de base para os novos ministros indicados pelo presidente eleito.

Também estiveram presentes o advogado criminalista Kakay, os deputados federais Marcelo Freixo (PSB), Maria do Rosário (PT) Túlio Gadêlha (REDE), os senadores Simone Tebet (MDB) e Randolfe Rodrigues (REDE), a ex-ministra Marina Silva (REDE), o ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, entre outros.

De Minas Gerais, compareceram alguns nomes tradicionais do PT, como deputado federal Reginaldo Lopes e Rogério Correa; e o deputado estadual André Quintão. A deputada federal eleita Duda Salabert (PDT) e o ex vice-prefeito de Belo Horizonte, Paulo Lamac, também estiveram presente.

Até esta terça-feira (13), já foram anunciados seis ministros para a composição do novo governo. A cantora Margareth Menezes, afirmou nesta manhã ter aceitado o cargo para assumir a pasta da Cultura. Na última sexta-feira (9), Lula anunciou outros cinco nomes: Fernando Haddad para a Fazenda, Flávio Dino para a Justiça, José Mucio para a Defesa, Rui Costa para a Casa Civil e Márcio Vieira para Relações Exteriores.

Lula segue na capital federal após ter a segurança reforçada ao redor do hotel em que está hospedado na noite de segunda-feira (12), quando apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das eleições ameaçaram se aproximar do local. Os manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal, depredaram uma delegacia e atearam fogo em oito carros e cinco ônibus.

Lula ainda não se pronunciou publicamente sobre o ocorrido em Brasília. Houve a cogitação da retirada dele e de Alckmin do hotel em que estão hospedados por questão de segurança. Os dois, no entanto, permaneceram no local. O delegado Andrei Rodrigues, que faz a segurança do presidente eleito e será o diretor-geral da PF no futuro governo, informou que Lula estava  “sereno” e “descansando” após cumprir agendas.

Na segunda, Lula e Alckmin foram diplomados pelo TSE. O ato reconhece a vitória eleitoral deles e os torna aptos a tomarem posse em 1º de janeiro de 2023. Em seu discurso, Lula condenou episódios de “violência política” vistos apenas “nas páginas mais tristes da nossa história”.

Fonte: O Tempo

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