O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu governo já teceram críticas públicas à venezuelana María Corina Machado, de 58 anos, vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. Em março de 2024, após o regime de Nicolás Maduro impedir Corina de disputar as eleições presidenciais na Venezuela, Lula afirmou que, ao ser impedido de concorrer em 2018, não ficou “chorando”, mas indicou um substituto, o então candidato Fernando Haddad (PT), derrotado por Jair Bolsonaro.

Fui impedido de concorrer às eleições de 2018, ao invés de ficar chorando, indiquei um outro candidato que disputou as eleições”, declarou Lula em 6 de março de 2024, comparando sua situação à da opositora venezuelana.

María Corina Machado respondeu prontamente à declaração, acusando o presidente brasileiro de machismo. “Eu chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro”, rebateu a venezuelana.

Apesar da comparação feita por Lula, há distinções relevantes entre os dois casos. O petista foi impedido de concorrer em 2018 após ser condenado por corrupção no âmbito da Operação Lava Jato, com a sentença confirmada em duas instâncias da Justiça Federal e também pelo Superior Tribunal de Justiça. Empresas envolvidas no escândalo devolveram valores desviados aos cofres públicos.

Já María Corina Machado foi impedida de se candidatar pelo sistema judicial venezuelano, amplamente controlado pelo regime de Nicolás Maduro. Ela foi acusada de apoiar sanções internacionais e bloqueios econômicos ao país, medidas que, segundo Corina, visavam pressionar pelo restabelecimento da democracia plena na Venezuela.

A polêmica ilustra as tensões políticas na América Latina e evidencia os diferentes contextos que envolvem a inelegibilidade de líderes políticos na região.

Com informações do Poder 360

 

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