A proximidade do pico de casos da Covid-19 causados pela variante ômicron em Minas Gerais, prevista para ocorrer a partir desta semana, pode ser agravada pela falta de testes para diagnosticar a doença.

Metade das farmácias e drogarias que atuam no Estado estão sem estoque de antígenos, que detectam o coronavírus com custo mais baixo ao consumidor e em menor tempo do que o RT-PCR. Em outros estabelecimentos, a reserva é suficiente apenas para esta semana e não há previsão para que a situação seja normalizada, segundo representantes do setor. 

O problema, por enquanto, não se estende à modalidade RT-PCR, mais indicada para a detecção do Sars-CoV-2, que segue sendo ofertada apesar dos prazos mais prolongados para a entrega dos laudos. De acordo com o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Minas Gerais (Sincofarma), Rony Rezende, o problema passou a ser mais latente nos últimos 10 dias, mas há redes de drogarias que estão com o antígeno, o chamado teste rápido em falta há 15 dias. 

É o caso Droga Raia, que justificou uma alta considerável na procura e informou que atua para repor estoques. Na DrogaNorte, que é administrada pela família de Rony Rezende, há estoque apenas até a próxima quinta-feira. “Desde o dia 5 de janeiro a gente não encontra teste para comprar. Todas as negociações que têm sido feitas a previsão de entrega é só para início de fevereiro”, disse Rony.

Conforme o representante do Sincofarma, os estabelecimentos que não estão com estoque zerado ainda já não conseguem ofertar o teste antígeno em todas as lojas. É o caso da Drogaria Araújo. A rede diz que a demanda por testes aumentou 600% em janeiro e informou que reposiciona funcionários para unidades com maior demanda. “A orientação é para caso entrar em alguma loja que o estoque diário tenha acabado, pedir informação de qual a Araujo mais próxima que ainda tenha os testes”, disse a empresa. 

Laboratórios 

O problema, no entanto, não se restringe às farmácias e drogarias. O Laboratório Lustosa, um dos mais tradicionais com atuação no Estado, também está com estoque zerado de testes antígenos há cerca de 10 dias. “Fazemos consultas diárias aos fornecedores e não temos previsão por parte deles sobre o restabelecimento da situação”, disse Adriano Basques, diretor técnico do Lustosa. 

Ele diz que a procura pelo procedimento está cinco vezes maior e quase metade dos testes realizados são positivos. “O cenário de infectividade da ômicron é diferente de todo o aprendizado que tivemos na pandemia”, complementa o diretor. Basques explicou que apenas o RT-PCR está sendo realizado, com disponibilização de resultado entre 24h e 48h. O prazo é o mesmo em outros laboratórios consultados como o Hermes Pardini, São Marcos e São Paulo. No grupo Pardini, somente nos últimos sete dias, foram realizados 110 mil exames RT-PCR, com taxa de positividade de 54,6%. 

Rede pública

A prefeitura de Belo Horizonte informou que tem estoques de testes antígenos e RT-PCR e que, no mês de janeiro, realizou 67.778 procedimentos. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES/MG) informou que disponibilizou, somente em janeiro 966.245 testes rápidos que foram destinados aos municípios de Minas Gerais. “Nesta segunda-feira iniciou-se o envio de uma nova remessa, totalizando 487.990 testes de diagnóstico rápido de covid-19”, disse a pasta. 

A SES ainda destacou que encaminhou solicitação ao Ministério da Saúde para envio adicional de 50.000 testes rápidos de antígeno, além das remessas previstos no Plano Nacional de Expansão da Testagem (PNE-Teste). 

Fonte: O Tempo

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