A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) revelou, nesta quarta-feira (24), que está disposta a ser candidata nas eleições de 2026, embora não tenha confirmado se será a cabeça de chapa para a presidência. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível devido a condenações e a prisão por envolvimento em um golpe de Estado, Michelle se posiciona como uma possível sucessora política do marido, embora o rumo de sua candidatura ainda seja incerto.
Candidatura ao Senado ou à Presidência?
Embora a expectativa inicial seja que Michelle se lance ao Senado, com domicílio eleitoral no Distrito Federal, a ex-primeira-dama não descartou a possibilidade de disputar a presidência da República. Seu nome é considerado uma opção viável para a ala do Partido Liberal (PL) que busca manter um vínculo com o sobrenome “Bolsonaro” na corrida presidencial. A aproximação com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e a perda de força do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) – reforçam as especulações sobre a viabilidade de sua candidatura.
Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, Michelle Bolsonaro destacou que, caso essa seja a vontade de Deus, ela estaria disposta a se lançar em uma candidatura política. “Me levantarei como uma leoa para defender nossos valores conservadores“, declarou, reafirmando o compromisso com os princípios que marcaram o governo de seu marido. “Se, para cumprir a vontade de Deus, for necessário assumir uma candidatura política, estarei pronta para fazer tudo o que Ele me pedir“, completou.
Defesa de Bolsonaro e críticas ao governo Lula
Michelle também aproveitou a entrevista para se posicionar contra a condenação de Bolsonaro, que ela classificou como uma “farsa”, criticando o papel do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na condução do processo. “O ministro atuou simultaneamente como juiz, vítima, acusador e investigador, violando os princípios básicos do processo“, afirmou. Para Michelle, em um país democrático, o caso seria considerado nulo desde o início.
Além disso, a ex-primeira-dama fez críticas à postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante da sobretaxação aplicada aos produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Em contraposição ao enteado, Eduardo Bolsonaro, que defendeu as tarifas, Michelle afirmou ser contrária a esse tipo de medida, mas colocou a responsabilidade pelo episódio nas ações do governo Lula e de Alexandre de Moraes. “O Governo Lula parece ter a intenção de provocar caos no Brasil e depois atribuir a Trump“, ponderou.
Embora Michelle Bolsonaro tenha mostrado disposição para assumir um papel mais ativo na política, a dúvida sobre a natureza de sua candidatura persiste. A ex-primeira-dama está claramente alinhada com o conservadorismo e com a defesa dos valores de seu marido, mas ainda não confirmou qual será seu próximo passo político, se uma candidatura ao Senado ou a uma possível disputa pela presidência em 2026. O futuro político da ex-primeira-dama está em aberto, e ela afirma que tudo dependerá do que considerar ser a vontade divina.
Com informações do jornal O Tempo