Após bater recorde de R$ 339 bilhões em faturamento no ano passado – cerca de 62% a mais que em 2020 -, a mineração brasileira anunciou investimentos da ordem de US$ 41 bilhões pelos próximos quatro anos, o que equivale a R$ 216 bilhões pelo câmbio dessa terça-feira (1º), de R$ 5,27 por dólar. Estado com 511 municípios com presença de mineradoras, Minas Gerais ficará com a maior fatia do investimento previsto, com 25% do aporte total, o que equivale a US$ 10,25 bilhões (R$ 54,01 bilhões). Pará e Bahia aparecem em seguida, com 18% cada. Os dados são do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e foram divulgados em coletiva à imprensa nesta terça-feira.

Mais da metade (53%) dos investimentos anunciados são referentes a projetos que tem como principal foco a extração de minério de ferro, que recebeu cerca de 31% do orçamento. A exploração de bauxita – composto sobretudo de alumínio – aparece em segundo lugar com US$ 6,5 bilhões em aportes. 

Outro parcela significativa – US$ 6,38 bilhões – mira na extração de minérios utilizados em fertilizantes, considerada uma resposta à demanda de crescimento do agronegócio brasileiro, que também vem batendo recorde de exportação. “Não podemos ser uma potência no agronegócio sem atender as necessidades de produção do segmento”, afirmou Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Ibram.

Projetos socioambientais também aparecem na lista de investimentos, com US$ 6 bilhões previstos até 2025, especialmente em redução de emissões de carbono e redução do consumo de energia e água.

A razão da injeção de investimentos em Minas se deve aos números que o Estado rendeu à mineração. Em 2021, o setor mineral no Estado registrou crescimento de 87% no faturamento de 2021 em relação a 2020, passando de R$ 76,4 bilhões para R$ 143 bilhões. Com o resultado, Minas Gerais aumentou sua participação no faturamento, de 37% para 42%. “Minas Gerais ainda é muito forte em mineração e o será por muitos anos ainda. O Estado teve o maior incremento de recolhimento de royalty em 2021 e é também o Estado que mais vai atrair investimentos no setor até 2025. A mineração é e será relevante para a economia do estado por muito tempo e tem sido exercida em acordo com normas internacionais de segurança operacional e sustentabilidade”, afirma Flávio Penido, diretor-presidente do Ibram.

Apesar dos crescimentos expressivos em receita, a produção mineral brasileira ficou dentro do “estável”, para o Ibram, ao crescer 7% no ano passado em relação a 2020, passando de 1,073 bilhão de toneladas para 1,150 bi de toneladas.  A explicação do recorde em faturamento está na valorização do dólar frente ao real e à alta elevada de preços das commodities, como o minério de ferro, no mercado internacional. De acordo com o Ibram, em 2021, o ferro foi responsável por 74% do faturamento do setor e o valor da commodity subiu 47,5% no mercado em relação a 2020. E, não aconteceu apenas com o ferro, todas as commodities encareceram, a exemplo do cobre (52%) e alumínio (45%).

Fonte: Hoje em Dia

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