O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu, até esta terça-feira (31), 525 denúncias, 14 pedidos de prisão e nove requerimentos de busca e apreensão por conta dos atos criminosos contra os três poderes da República.

Ele deu a informação durante abertura do ano Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF), no fim da manhã desta quarta-feira (1º). Sem citar os atos de 8 de janeiro, o procurador-geral da República salientou que o momento atual é de um “simbolismo imenso”. “Ao menos para nossa geração”, observou Aras.

Também sem citar os episódios de 8 de janeiro e o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva, presente na sessão, Aras afirmou que o voto popular deve ser respeitado, “especialmente pelos que não obtiveram maioria ou proporção necessária”.

Para o PGR, a polarização política é “expressão legítima da intensidade da vida democrática em um país plural e multicultural”, mas exige também “respeito às diferenças”. “A promoção da cultura da tolerância é dever permanente de todos”, afirmou.

Aras ainda ressaltou que o “povo tem direito a mudar de opinião” e que “pessoas podem convergir quanto à definição de políticas públicas, mesmo que não comunguem as mesmas visões de mundo”.

Aras: ‘democracia: eu te amo, eu te amo, eu te amo’

Citando um romance em que o personagem dizia todos os dias para sua amada que a amava, para manter garantida que a emoção estava ali, o procurador disse ser preciso também repetir para a democracia brasileira que todos a amam. “Precisamos dizer todos os dias: ‘democracia: eu te amo, eu te amo, eu te amo’.”

Aras enfatizou que, para se chegar à democracia que há no Brasil hoje foram vertidos sangue, suor e lágrimas de muitos brasileiros que nos antecederam. “Por isso, em nome do Ministério Público Federal, eu digo: ‘democracia: eu te amo, eu te amo, eu te amo’”, repetiu.

Fonte: O Tempo

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