O INPE já foi destaque mundial quando diversos modelos de desmatamento foram colocados à prova e por diversas vezes o modelo do INPE demonstrou ser o melhor modelo da categoria. Embora alguns maus brasileiros mostrem desdém, incluindo terraplanistas com algum poder na esfera nacional, o INPE vem exercendo com excelência o trabalho de identificar áreas em processo de desmatamento e queimadas ilegais.

Novamente o INPE volta a ser destaque, desta vez por causa de um novo modelo de previsão do tempo mais preciso e confiável e, agora, adotado pela NASA desde o final de janeiro, quando substituiu o antigo sistema de meteorologia da agência, o Nasa Geos. Esse modelo foi criado por um brasileiro, pesquisador do INPE e o novo sistema foi desenvolvido por uma equipe de brasileiros e norte-americanos liderada pelo físico goiano Saulo Freitas, autor do modelo.

A previsão do tempo é feita utilizando-se modelos matemáticos das leis da física que regem a atmosfera, da coleta maciça de dados atmosféricos, e de supercomputadores que fazem os cálculos para fornecer projeções futuras de como o tempo evoluirá em cada região, prevendo se vai chover, nevar, esquentar, esfriar.

O modelo do pesquisador do INPE incorporou informações mais acuradas de como as nuvens e a chuva se formam. Isso requer mais cálculo computacional, mas com o avanço dos computadores, isso se tornou possível. Esse modelo novo despertou o interesse para atualizar os utilizados na previsão do tempo.

Em 2016, um acordo entre o INPE e a Nasa criou um grupo de trabalho para desenvolver o sistema. Esse sistema deveria incorporar a nova formulação de física de nuvens e avançar na previsão das chuvas. Esse esforço demorou três anos, então o produto foi entregue à Nasa que passou todo o ano de 2019 testando e comparando com sistema antigo. Na virada do ano, concluíram que o novo sistema era melhor, então anunciaram para todos os usuários do mundo de que, a partir de 30 de janeiro, o novo modelo entraria em operação.

Este novo modelo será adotado também pelo Brasil até 2021 e com a expectativa de ajudar, entre outros, o setor agropecuário para planejar o plantio e a colheita e melhorar a previsão das safras e, também, a Defesa Civil, já que analisar muitos aspectos relacionados à umidade, temperatura e direção dos ventos com mais qualidade, ajuda a prevenir desastres naturais nos centros urbanos, pois indica quando rios estão perto de inundar e encostas de encharcar.

A Nasa adotar o modelo do pesquisador do INPE já é uma conquista incrível para a Ciência brasileira e, se não bastasse, o pesquisador ainda foi agraciado com um prêmio pela conquista científica, o Award for Scientific Achievement, importante prêmio internacional, por seu trabalho no grupo de modelagem e assimilação de dados climáticos (Gmao) da Nasa e por aperfeiçoar os esquemas de convecção rasa e profunda e pela recalibração da camada limite e da microfísica.

Que as autoridades, especialmente nossos deputados e senadores tenham sempre em mente quando receberem um relatório do INPE sobre os danos causados em nossa nação.

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