Um mês após a confirmação dos três primeiros casos de Covid-19 causados pela ômicron em Minas Gerais, a variante é a mais encontrada nas análises genéticas do coronavírus realizadas no Estado e dá mostras de predominar em Minas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

Pesquisadores que atuam no sequenciamento genético das variantes avaliam que a ômicron já é dominante e que sua sobreposição à variante delta, que era a mais comum até dezembro, está por trás dos recordes de casos de Covid-19 em Minas nos últimos dias. O número de óbitos, contudo, não acompanha o ritmo de crescimento dos diagnósticos e continua bem abaixo dos recordes registrados em abril de 2021. 

“As instituições que estão auxiliando na vigilância genômica estão detectando a ômicron em quase 100% das amostras. Com base na análise que fazemos, temos uma projeção extraoficial de que a ômicron predomina amplamente nesta onda da pandemia”, afirma o professor Flávio Fonseca, pesquisador do CT-Vacinas, uma das instituições que auxilia na identificação de variantes nas amostras de infectados pela doença. Ele pontua rapidez com que a ômicron se espalhou pelo mundo e pelo Estado — em Minas, a delta foi identificada pela primeira vez em maio de 2021 e só em outubro passou a estar em 100% das amostras sequenciadas. 

No dia 17 de dezembro do último ano, três casos de infecção pela ômicron foram confirmados, total que aumentou 75 vezes e subiu para 226 casos positivos desde então, fora os infectados que não se testaram ou cujo material do teste não passou por análise. “Ela já é predominante, mas não necessariamente ainda 100% no Estado todo”, reforça o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Renan Pedra, cujo laboratório também atua no sequenciamento genético. 

“A amostragem realizada é sugestiva de predominância da variante ômicron em Minas Gerais”, afirma a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), por meio de nota. Nos sequenciamentos realizados entre os dias 19 de dezembro e 7 de janeiro, a variante delta correspondia a somente 5% dos casos, enquanto a ômicron dominava os demais. 

Mesmo sem a confirmação oficial da predominância da ômicron no Estado, a SES-MG aponta a relação da variante com a piora dos índices epidemiológicos. “Desde a detecção da ômicron em Minas, tem-se observado a elevação gradativa da positividade dos testes realizados, os dados são sugestivos de aumento na circulação viral. O estado registrou um aumento na taxa de positividade nos testes RT-PCR realizados na rede e, quanto à taxa de positividade dos testes rápidos de antígeno, dados da capital mineira indicam também aumento da positividade, que evoluiu de 17,7% para 30% no intervalo médio de uma semana”, diz, por meio de nota. 

Côm ômicron, cuidados devem ser reforçados

Os cuidados de prevenção contra a variante ômicron são os mesmos adotados durante toda a pandemia, porém pesquisadores pedem que especialmente o uso de máscara e o distanciamento social sejam reforçados neste momento. As máscadas PFF2 são indicadas por eles para a proteção especialmente em ambientes de risco, com muitas pessoas ao redor, e os ambientes ventilados ou abertos devem ser favorecidos. 

“Considerando o avanço da ômicron e a atual epidemia de gripe, recomendamos cautela neste momento de incertezas. Máscara, distanciamento e boa circulação de ar em ambientes fechados são estratégias importantes contra qualquer variante do SARS-CoV-2 e o vírus da gripe. Além disso, a SES-MG enfatiza a importância da vacinação contra covid-19 (esquema completo e dose de reforço), bem como as recomendações sanitárias, como o uso correto de máscaras, lavagem das mãos com frequência e evitar aglomerações”, destaca o governo estadual. 

Fonte: O Tempo

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