A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (4) uma operação contra um esquema de financiamento e logística de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
Entre os alvos estão “um empresário do ramo musical, de expressão nacional”, apontado como um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes, e um cantor, que recebeu ao menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada.
A PF não divulgou os nomes, mas batizou a operação de Disco de Ouro justamente por envolver personagens do mundo da música. Agentes cumpriram dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). Também foi determinado o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos. As ordens foram expedidas pela 4ª Vara Federal de Roraima.
A operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita extraídas da Terra Indígena Yanomami que se encontravam depositadas na sede de uma empresa investigada e estariam sendo preparadas para remessa ao exterior.
O inquérito policial indica que o esquema seria voltado para a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente do território indígena, no qual o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), e supostamente transportado para Roraima para tratamento. “As investigações apontam que tal dinâmica ocorreria apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima”, diz a PF em nota.
Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.
Fonte: O Tempo