Uma pesquisa divulgada pela plataforma Linkedin nos últimos dias, jogou holofotes sob a profissão ‘piloto de drones’. De acordo com o levantamento feito, dentre as novas profissões do agro, essa é uma das que mais cresceu nos últimos anos e tende a continuar em expansão em 2024.
O analista técnico de Formação Profissional Rural do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), Alexandre Martins, confirma a informação. Segundo ele, cursos de operações de drones – em vários níveis e com várias aplicações – são ofertados pelo SENAR desde 2018, sempre com muita procura.
Mas o boom aconteceu mesmo de dois anos pra cá. “Em 2022, foram realizados 257 cursos e em 2023, 298, o que representa um aumento de 53%, lembrando que as turmas são montadas de acordo com a procura”.
Triângulo e Sul de Minas
Desde 2018, já foram realizados 672 cursos relacionados a drones, com a participação de 13.352 alunos. As regiões que mais demandam a formação são o Triângulo Mineiro e o Sul de Minas, mas há interesse e procura em todas as outras regiões do estado.
Cursos oferecidos
São quatro as formações oferecidas pelo SENAR na aba “Agricultura de Precisão com Drones”:
- Operações Básicas
- Captura de fotos e vídeos e mapeamento e interpretação agronômica de imagens
- Mapeamento e interpretação agronômica de imagens
- Operador de Aeronaves Não Tripuladas/Drone/Asa Rotativa – Pulverização
Alexandre explica que o curso de “Operações Básicas” é para quem nunca operou o equipamento, não tem nenhum conhecimento prévio e precisa começar do zero. A carga-horária é de 24 horas. Oferece conhecimento teórico e treinamento prático de pilotagem.
Já no curso de “Captação de Fotos e Vídeos e Interpretação Agronômica de Imagens…” é a uma formação completa com carga horária de 40 horas. Ensina a pilotagem em si, a captar imagens e a interpretá-las agronomicamente.
No “Mapeamento e Interpretação Agronômica de Imagens”, a carga-horária de 12 h.
Já no Operador de Aeronaves Não Tripuladas – Pulverização com Drones, o foco é a aplicação de defensivos, sendo muito importante entender um pouco sobre a legislação que rege a aplicação de agrotóxicos. (Em aberto, será lançado ainda este ano).
Linguagem simples e boa didática
“A linguagem adotada é bem simples e didática, de forma que o conhecimento adquirido seja facilmente aplicável no dia a dia de trabalho. Também cuidamos para que esteja em consonância com o que há de melhor em termos de tecnologia para esse segmento”, disse o analista.
Como se inscrever?
Para saber onde e quando haverá o curso, recomenda-se procurar o Sindicato dos Produtores Rurais da sua cidade ou da cidade mais próxima. Manifeste seu interesse para que eles possam registrar a demanda. Quando formar uma turma, você será avisado.
Os cursos do Senar Minas são gratuitos, abertos a participantes acima de 18 anos, mas é necessário morar ou comprovar vínculo com o meio rural como, por exemplo, ser produtor rural, filho ou neto de produtores rurais.
Mas, certamente, há outros bons cursos por aí. Vale fazer uma pesquisa de preços!
Quais são as aplicações?
Segundo Alexandre, em Minas, há uma vasta necessidade de mão de obra envolvendo drones. Desde aplicações básicas como fotos urbanas ou rurais; produção de vídeos e ensaios fotográficos, até o mapeamento do terreno para identificação de áreas deficientes, infestadas de pragas, ou que necessitam de ações corretivas de fertilidade, principalmente aquelas que são mais desafiantes, seja pelo tamanho ou pela inclinação.
“As demandas vão do café à soja ou milho. Onde existir uma lavoura, uma produção, um rebanho, cabe uma intervenção com drone.
Inclusive a pecuária de precisão trabalha muito com os drones, que, combinados com softwares específicos, fazem a contagem de animais e até de árvores, eucaliptos, da silvicultura, por exemplo. Então, a aplicabilidade é muito grande”, explicou
Há também, segundo o analista, um grande número de empresas que prestam serviço no meio rural com a utilização de drones. Ele contou, inclusive, que é comum um grupo de propriedades se unir para contratar uma empresa que faça serviços com o equipamento, como forma de baratear os custos. Então, depois de formados, os pilotos podem ser contratados por essas empresas.
Outros, que já conquistaram uma clientela fixa, preferem trabalhar como autônomos, tirando seu sustento exclusivamente do equipamento. Tem mercado de trabalho amplo em aberto e com boas remunerações. Os valores podem ser cobrados por hora, por hectare, por projeto ou por mês. Outra possibilidade é alugar seu equipamento, quando não estiver usando. A remuneração vai depender do tamanho e do tipo de serviço (se foto, filmagem ou pulverização….) da área envolvida e do que foi combinado entre as partes, podendo variar de R$ 2. 500 a R$ 12 mil.
Mulher pode ser pilota?
“Sim, claro! Porque não? Inclusive, pela nossa experiência, elas são mais cuidadosas com os equipamentos do que os homens. Não há qualquer restrição. Um bom piloto de drone tem que ser observador, conhecer a legislação vigente e segui-la à risca e ser cuidadoso com o equipamento. Mas o mais importante é ter aptidão para a função, é preciso gostar da atividade, independente de ser homem, mulher, de ter curso superior ou não. Afinal, tudo o que a gente faz com prazer, dedicação e amor, dá certo”.
“O momento é bom para os pilotos de drone porque temos demanda, tecnologia e precisamos formar profissionais capacitados para continuarem impulsionando, cada vez mais, o agro”.
Fonte: Itatiaia