Portugal vai abrir a primeira escola para formar feministas no país. Segundo as idealizadoras, Marta Martins e Valquíria Porto, o projeto “ manamiga” será ofertado para todas as pessoas, tanto quem já tem algum conhecimento ou interesse sobre o feminismo, como também a quem defende a igualdade de gênero mas recusa o rótulo de feminista.
A escola para formar feministas foi inspirada em modelos que já existem em outros países e será inaugurada no dia 19 deste mês, em Lisboa. Os cursos e formações vão ser ministrados de forma presencial e online e pretendem criar um espaço não só de aprendizagem como de partilha de conhecimento. Uma das propostas passa por um curso mensal, chamado “Feminismo no dia-a-dia“, destinado às pessoas que querem “entender um pouco melhor sobre género, […] saber como é a linguagem não-binária” ou como se deve “portar com um colega de trabalho” ou falar com os filhos sobre o machismo, para que não o reproduzam.
Em entrevista ao portal Lusa, as fundadoras contam que a ideia central desta escola para formar feministas é combater as “camadas de opressão, de desigualdade e de exploração das mulheres, muito presentes na sociedade”.
“Nós somos violentadas, silenciadas, temos menos oportunidades de acesso a determinados espaços e ainda há distinção de salários por gênero para o mesmo cargo, por exemplo”, explica Marta Martins, uma das fundadoras.
Marta esclarece também que o feminismo é um movimento sociocultural que se baseia na luta por direitos iguais entre os gêneros e muitas vezes é confundido com femismo – um comportamento que prega a superioridade da mulher em relação aos homens e seria equivalente ao machismo.
Através da escola feminista, Marta Martins e Valquíria Porto acreditam que é possível caminhar para um futuro mais igual e mais justo e que o feminismo, que tem recebido críticas nos últimos tempos, é capaz abrir caminho a uma tomada de consciência.
“Queremos que as mulheres percebam que são feministas exatamente por serem a favor da igualdade de gênero. Que o feminismo é uma atitude perante a vida, uma forma de se libertar do machismo e imaginar um outro futuro, um futuro mais igual, mais justo”, finaliza Marta Martins.
Fonte: O Tempo