Quem quer comida saudável encontra na esquina de Timbiras com Araguari, no Barro Preto, em Belo Horizonte. Proprietária do restaurante desde março deste ano, Amanda Rodrigues, de 31 anos, tem três funcionários. Apesar do esforço para economizar no consumo de energia, a comerciante tomou um susto ao ver sua conta aumentar em quase 60% no período de um mês.

Em agosto a conta de energia do restaurante de Amanda foi de R$400. Ciente do aumento das bandeiras tarifárias a partir de setembro, Amanda mudou os hábitos e conseguiu reduzir o consumo em treze quilowatts. Mesmo assim a conta veio 58% mais cara, no valor de R$635. O preço surpreendeu a jovem comerciante. “Bom, nós já estávamos trabalhando na redução do consumo de quilowatts, tendo em vista que a gente economiza onde dá e tendo a inflação altíssima como está, a gente busca todo os recursos. Então a gente já estava diminuindo o uso de alguns equipamentos, desligando aparelhos que ficam em standbay durante a noite, mas outros equipamentos como freezer a gente não consegue, e esse mês veio uma grande surpresa na minha conta de luz, mesmo eu tendo reduzido o consumo do mês de setembro em relação ao mês de agosto, a minha conta chegou a a vir com um valor de 58% a mais do que a minha conta anterior. Então, foi uma surpresa enorme e ter que administrar isso, chega a ser conflitante”, desabafou. 

Em agosto, a conta de energia do restaurante de Amanda apresentou um consumo de 72 kW que gerou uma conta no valor aproximado de R$400. Já em setembro o consumo foi menor em treze quilowatts, registrando 359 kW de consumo, mas a conta veio em R$635. A proprietária conta que assustou com o valor e afirma que é a conta com o maior valor já recebida por ela. “É, me assustou bastante, como eu disse, a gente já estava com ações para diminuir o valor, você viu que a gente diminuiu quilowatts”, ressaltou. 

Representantes de associações explicam impacto do aumento da energia nos preços de serviços

O presidente da Associação de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel), Mateus Daniel, revela que os estabelecimentos tiveram um aumento médio de 15% no preço da energia. “Vale lembrar que a energia elétrica é um dos grandes custos na formação de preço dos bares e restaurantes. Para manter aquela cervejinha gelada e trincando a gente acaba tendo que ter freezer com potência boas. Então o aumento estimado aí na conta de energia entre 10% a 15% por conta da tarifa extra aplicada e também por conta do ICMS que incide, inclusive, em cima da taxa extra de energia”, contou.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes e Lojistas de Belo Horizonte, Marcelo Souza e Silva, o exemplo de Amanda tem que ser seguido. Neste momento o comerciante precisa analisar minuciosamente todos os aparelhos eletrônicos e tentar economizar. “Esse aumento chega num momento muito ruim, que é o momento da retomada da economia, do aumento da empregabilidade que nós estamos fazendo a maneira lenta, mas está aumentando, e custos aumentando, como logística, custos de demanda e inflação chega num momento muito ruim. Mais uma vez é muito importante que principalmente o pequeno, o médio comerciante e prestador de serviço, ele volte para dentro do seu negócio, cuide do seu negócio com efetividade, para que ele controle também os seus gastos ali dentro, as vezes tem dois ou três ar-condicionado ligados em momentos que não precisa, um só resolve. Comércio de moda por exemplo, tem que passar as roupas para deixar bonita nas vitrines, ali nas prateleiras, ele pode concentrar isso num certo momento”, aconselhou. 

Por mais que haja economia a conta não fecha. Quem é fã das saladas e afins pode preparar o bolso, o preço no restaurante da Amanda vai subir. “Agora vê o que que a gente vai fazer, infelizmente acredito eu que a gente vai ter que repassar esses valores aí para a frente, junto com a inflação e outras coisas que tão impactando diretamente no negócio”, afirmou.

“É, sem dúvidas isso impacta diretamente na melhoria do negócio, na expansão do negócio, porque quando a gente está conseguindo caminhar e trazer novamente os clientes presenciais, aumentar o número de vendas juntamente com isso, vem todos esses aumentos, então isso impacta porque a gente não consegue investir no espaço físico, criar novas vagas de emprego que poderiam inclusive expandir não só em número de vendas, mas também uma nova criação de trabalho, uma renda de uma nova família. Então acho que isso impacta diretamente na economia como um todo da cidade”, lamentou.

Fonte: Itatiaia

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