O reajuste de 8,9% sobre o preço do óleo diesel, anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira (09), deve causar efeito cascata na economia. O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) afirmou que, apesar de não emitir orientações aos empresários, a tendência é de aumento no valor dos fretes cobrados para entregas de mercadorias. Segundo a entidade, há a tendência de repassar o encarecimento do combustível, que é motor para o setor rodoviário, no preço final.

O encarecimento médio aos caminhoneiros e transportadores deve ser de R$ 0,36, há que o preço médio do litro deve ultrapassar a barreira de R$ 7. “Isso é o comercial de cada empresa que vai decidir. Mas não tem como segurar, não dá para assumir os custos dos outros. Tem que ser repassado ao cliente”, argumentou Gladstone Lobato, presidente do Setcemg. “Transporte não põe preço em pneu, cavalo mecânico. Ele tem poder sobre a licitação dele, o resto recebe do mercado e passa”, acrescentou Lobato.

Tanqueiros insatisfeitos 

Para o presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque), Irani Gomes, a notícia do reajuste sobre o diesel é uma “bomba”. O último aumento anunciado pela estatal foi em 10 de março, quando o combustível subiu 24,9%. À época, os tanqueiros conseguiram um reajuste de 10% na tabela de frete com as distribuidoras, negociação que evitou uma greve do setor.

Mas, na avaliação do sindicato, a recomposição obtida perde o efeito com a mudança feita pela estatal. “A gente depende agora de um reajuste imediato. A gente vai ter que conversar com as distribuidoras. Caso elas não façam o repasse, a categoria vai começar a se manifestar para ver qual a decisão”, afirmou Gomes.

Irani não descarta greve, caso não se chegue a uma negociação para recompor os fretes. “Pode acontecer sim, não está descartado. A gente vai reunir com toda a categoria para ver qual decisão será tomada referente a esse aumento da Petrobras”, sinalizou. O presidente do sindicato ainda criticou a política de preços da Petrobras, que acompanha a precificação do petróleo no mercado internacional.

Outro ponto de crítica diz respeito à alíquota de 14% do ICMS sobre os combustíveis cobrada pelo governo de Minas. O ideal, conforme o Sindtanque, seria uma cobrança de 12%. “O governo estadual não tem feito nada e o federal fala que não tem como interferir na política de preços da Petrobras”, concluiu Irani.

 

 

Fonte: O Tempo

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