As reclamações envolvendo o sistema de pagamentos instantâneo Pix mais do que dobraram nos oito primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados do Procon-SP e do Sindec, o volume de queixas passou de 3.194 entre janeiro e outubro de 2021 para 6.613 neste ano, uma alta de 107%. No entanto, o órgão não possui um levantamento individualizado que aponte quais são os principais motivos das reclamações.

Em 2022, o Banco Central anunciou mudanças no funcionamento do Pix com o objetivo de fortalecer a segurança do sistema contra fraudes e vazamentos de dados. As mudanças, que passam a valer em 2023, incluem alterações nos limites de valor para as transações e no Pix Saque e Pix Troco. Mas, nas redes sociais, internautas também apontaram problemas relacionados à instabilidade no sistema ao tentarem fazer uma transferência.

Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), afirma que episódios de instabilidade são possíveis de acontecer, mas que estão relacionados a problemas internos das instituições bancárias e não ao sistema do Banco Central.

“Em 2021, que foi o primeiro ano de funcionamento, observamos algumas instabilidades com a infraestrutura, mas eu não tenho observado isso em 2022. O que acontece, e é natural, é de algum aplicativo do banco estar instável. Mas é muito raro”.

Apesar do crescimento no número de queixas, o especialista considera o número pouco expressivo dentro do universo de 141 milhões de usuários, entre empresas e pessoas físicas.

Desde 16 de novembro de 2020, data em que a ferramenta começou a funcionar no país, até o dia 30 de setembro foram 26 bilhões de transações feitas no sistema financeiro nacional e a movimentação chegou a R$ 12,9 trilhões. Atualmente, são 523,2 milhões de chaves cadastradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais do Banco Central.

No início de dezembro, o Banco Central informou que a partir do dia 2 de janeiro de 2023, os bancos não precisam mais impor limites de valor, apenas restrição por período de tempo. Antes da mudança, quem tinha um limite de R$ 1.000 por transação e R$ 3.000 por dia, por exemplo, precisava fazer três operações para movimentar o valor máximo diário. Agora, poderá fazer uma única transação de R$ 3.000.

“Essa medida tem como objetivo adequar os limites usualmente disponibilizados nos caixas eletrônicos para saques tradicionais. Assim, com o Pix Saque, os usuários terão acesso ao serviço com condições similares às do saque tradicional”, explicou o Banco Central em nota. Para empresas, o limite para transações via Pix fica a critério de cada instituição financeira.

O BC também elevou o limite para as retiradas de dinheiro por meio das modalidades Pix Saque e Pix Troco. O valor máximo passou de R$ 500 para R$ 3.000 durante o dia e de R$ 100 para R$ 1.000 no período noturno.

Fonte: O Tempo

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