Durante a finalização da reunião da Câmara na segunda-feira (11), o vereador Cabo Cunha pediu um minuto para apresentar seu novo assessor, Aurélio Alves, momento em que, publicamente, fez afirmações contra este veículo de imprensa que, em matéria de capa, cobrou dele explicações sobre a sua mudança de opinião com relação à contratação de assessores legislativos.
A manchete se referia ao “abandono de um dogma” que o vereador durante décadas dele se valeu, repetindo uma espécie de “mantra” em que ele afirmava ser o vereador mais econômico por não fazer uso de diárias, ou das tais contratações que só traziam despesas para os cofres públicos.
A manchete em questão, foi a seguinte: “Cabo Cunha abre mão de “dogma” e nomeia DJ e produtor musical como assessor”
Em sua fala o vereador afirmou e confirmou que o órgão de imprensa teria, por telefone, insistido várias vezes em busca de informações que pudessem subsidiar sua matéria, em especial quanto ao envio de um breve currículo e de foto do novo contratado. É óbvio que a foto solicitada, de preferência, deveria registrar o “novo funcionário” em sua mesa de trabalho, ou, talvez a utilizada pelo RH na documentação que compõe seu registro. Quanto ao currículo, a solicitação atenderia o previsto na Lei Complementar nº 202, de 1º de julho de 2019, já que no site oficial da Câmara não há o registro de tais informações. Assim sendo e diante das negativas do atendimento da nossa solicitação, restou ao jornal apenas fazer uso dos registros relativos à sua qualificação profissional e da foto, tudo exibido de forma pública nas redes sociais do senhor Aurélio Alves.
Portanto, não houve em hora alguma, de nossa parte, qualquer gesto ou intenção que indique discriminação ou desrespeito à pessoa do recém-nomeado. Neste quesito, poderíamos ter até optado pelo uso de outras fotos ali disponibilizadas, as quais, após analisadas nos fez concluir que, se usadas no contexto da matéria, aí sim, talvez fossem vistas como algo jocoso ou pouco respeitoso para apresenta-lo aos nossos leitores. Repetimos que solicitamos da secretaria de Comunicação da Câmara o envio de foto que registrasse o “funcionário” em sua mesa de trabalho. Em resposta, após dois dias de insistência nos foi dito, em horários diferenciados (manhã e tarde) que não seria possível atender o nosso pedido. A sala de gabinete permanecia fechada.
Nossa insistência se prendia ao fato de não concordarmos com o uso de outras imagens, estas trazidas a público, em fotos com o foco em festas, praias, bares, ou no aconchego do quarto, com o jovem abraçando um brinquedo de pelúcia.
Se o jornal através de seu editor ou do jornalista designado para fazer a matéria tentou, como o vereador mesmo disse, durante um dia inteiro obter tais informações, o que espelha a verdade, hoje, uma semana após, a pergunta que todo mundo ainda quer ver respondida é: por quais motivos seu gabinete e a comunicação da Câmara se negaram a prestar as informações solicitadas? Afinal de contas a matéria tratava de algo de interesse público, pois ele, assim como os demais assessores que ali prestam serviços, são custeados através de recursos públicos.
E para concluir, respondendo a fala final do vereador, perguntamos: Há algum mal em um pai, pretender de alguma forma encaminhar, indicando um filho para a disputa de uma vaga ofertada no serviço público condizente com sua formação acadêmica?
Não claro que não. Certamente o vereador que se mostra como bom cristão, sabe bem disto e deve inclusive abominar o comportamento de pais que agem em sentido contrário, não protegendo sua prole ou, infelizmente, como alguns fazem ou fizeram, abandonando a família (?) sabe-se lá em nome de que.
Apesar da fala final, revestida de forte dose crítica, – “papaizinho não veio aqui pedir emprego”– é preciso deixar claro que a leviana insinuação proferida pelo vereador não corresponde à verdade, e isto, ele bem sabe!
E ele, como autor da lei 5555, aquela que instituiu o Dia das Mães que oram pelos filhos, parece haver contribuído para que a paternidade tenha sim, seus direitos e obrigações, cassados ou sabe-se lá, esquecidos. Será mesmo que só as mães oram por seus filhos?
Em tempo:
A afirmação propalada pelo vereador com respeito à senilidade do editor do jornal/portal deixará de ser aqui tratada em razão de nos parecer mais que óbvio que ele bem conhece o Estatuto do Idoso e outros aparatos legais que se necessário serão usados em defesa da honra do ofendido.
Se a pecha de senilidade nos for atribuída sempre que matérias trazidas a público provocarem ira ou descontentamento ao político, há que se imaginar que em breve estaremos sendo comparados a Matusalém.
Aos nossos leitores, sugerimos assistir os vídeos relacionados onde as íntegras das falas acima mencionadas podem ser conferidas.
Fala do vereador refutando a ideia de contratação de assessores
Fala de Cabo Cunha na reunião da Câmara na segunda-feira (11)