Embora o câncer na infância seja mais raro do que em adultos, ele existe e pode ser grave. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença é a principal causa de morte por enfermidades entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Ainda assim, muitos pais não sabem que os pequenos também podem desenvolver câncer, e acabam ignorando sinais que merecem atenção.

A médica oncopediatria Amanda Ibagy explica que um dos maiores desafios no diagnóstico precoce é justamente o desconhecimento. “É comum os pais acharem que certos sintomas são apenas reflexo de gripes, infecções ou viroses. Só que, quando esses sinais se repetem ou se tornam persistentes, é preciso investigar com mais profundidade”, afirma.

Entre os tipos mais frequentes de câncer na infância estão as leucemias, linfomas, tumor de Wilms e nefroblastoma. Embora cada um tenha suas características específicas, alguns sintomas podem surgir de forma semelhante: febre que não passa, cansaço excessivo, dores persistentes nos ossos, aumento dos gânglios (ínguas), palidez, perda de peso sem explicação e, em alguns casos, nódulos ou inchaços no abdômen.

“O mais importante é observar se esses sintomas fogem do padrão da criança e se não melhoram com o tempo. Nesses casos, é fundamental buscar um pediatra e, se necessário, um especialista”, orienta Amanda.

Segundo ela, o câncer em crianças geralmente não está ligado a fatores externos ou estilo de vida, como ocorre nos adultos. Na maioria das vezes, tem origem genética ou se desenvolve a partir de mutações celulares ainda pouco compreendidas.

Isso significa que, apesar de não ser possível prevenir, é possível diagnosticar cedo e tratar com muito mais chance de sucesso.

“As chances de cura chegam a 70% ou mais, dependendo do tipo de câncer e da rapidez no início do tratamento. Por isso, a informação é uma aliada fundamental. Quando os pais conhecem os sinais e confiam na própria intuição ao perceber que algo não está bem, as chances aumentam consideravelmente”, destaca.

Além do acompanhamento médico, o apoio psicológico à criança e à família é essencial durante o tratamento. Muitas instituições oferecem suporte multidisciplinar, ajudando a enfrentar a fase com mais leveza e acolhimento.

A infância é uma fase valiosa e merece atenção em todos os detalhes. Estar atento aos sinais, sem pânico, mas com responsabilidade, é um ato de cuidado e amor”, avalia Amanda Ibagy.

 

Fonte: Estado de Minas

 

 

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