A tragédia em Petrópolis completa uma semana nesta terça-feira (22). As mortes em decorrência das chuvas que atingiram a cidade chegaram a 182. O número é o maior já registrado na história da cidade – a maior catástrofe até aqui era a de 1988, quando 171 morreram. Ainda há 89 desparecidos e nesta terça as buscas entraram no 8º dia com bombeiros e voluntários.

Para enterrar as vítimas da tragédia, a prefeitura abriu novas covas rasas (menos profundas e mais baratas) e descartou um grande enterro coletivo “para respeitar a programação das famílias”. As famílias que perderam entes queridos se concentram no IML (Instituto Médico Legal) de Petrópolis, onde uma funcionária lê numa lista os nomes dos corpos que já foram liberados.

Em razão do estado em que alguns corpos chegaram à unidade, o processo de liberação pode durar dias. Isso porque, em alguns casos, é preciso fazer exames de DNA e papiloscópicos para ter a identificação. Segundo a Polícia Civil, há um mutirão formado por peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia para dar celeridade ao trabalho.

Entre terça-feira e domingo, a Defesa Civil registrou 1.399 ocorrências por causa das chuvas, das quais 11.63 foram por deslizamentos. Em razão dessas ocorrências, 867 pessoas tiveram que deixar suas casas e procurar abrigo nos 13 pontos de apoio disponibilizados pela prefeitura, que também reforçou as equipes que atuam nos hospitais públicos e privados da cidade. Até este domingo, 197 pessoas foram socorridas em seis unidades hospitalares da cidade.

O município revive agora um desastre que já viveu de maneiras parecidas em ao menos dois verões, em 1988 e em 2011. De acordo com as autoridades, na terça-feira, choveu em apenas seis horas (260 mm) o equivalente aos últimos 30 dias (272 mm). Em razão do temporal, houve deslizamentos de diversos pontos da cidade, destruindo casas e matando famílias inteiras.

O comércio local também foi duramente atingido. De acordo com uma pesquisa feita pelo IFec RJ (Instituto Fecomécio de Pesquisas e Análises), as chuvas causaram um prejuízo de mais de R$ 78 milhões. Segundo o estudo, 65,8% dos comerciantes tiveram perda ou queda de faturamento e 32,4% tiveram seus estabelecimentos ou depósitos alagados. O levantamento ouviu 245 comerciantes entre os dias 16 e 17 de fevereiro.

Já de acordo com a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Petrópolis deve sofrer perda de R$ 665 milhões por causa dos estragos provocados pela chuva. Entre os empresários entrevistados, 65% dizem que as empresas foram diretamente afetadas e 85% delas ainda não tiveram o funcionamento restabelecido. Aqueles que já têm alguma previsão de reabertura disseram que levará em média 13 dias para isso acontecer.

Fonte: O Tempo

 

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