A vacina de reforço bivalente contra a Covid-19 começa a ser aplicada nesta segunda-feira (27) em todo o Brasil. A nova versão do imunizante levanta questionamentos sobre as diferenças e eficácia contra a doença. Para o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), o infectologista Estevão Urbano, a vacina é segura.

“É uma vacina confiável, segura, praticamente sem nenhum efeito colateral mais severo”, garante. O médico explica que estudos apontam que o novo imunizante apresenta maior imunidade contra o vírus da cepa original e também contra a forma mais grave da doença, transmitida pela variante Ômicron. Além disso, ele aponta para redução de sintomas nas formas leves da doença.

“Aparentemente é mais efetiva porque ela cobre as variantes ômicron que hoje são as grandes causas de covid no mundo inteiro. Então aparentemente ela é mais efetiva, incluindo redução dos sintomas nas formas leves, visto que com as outras vacinas a gente teve uma redução importante nas formas graves, mas não aumentamos muito a proteção contra formas leves”, explica.

Estevão Urbano aponta que a Saúde estima que com a aplicação da bivalente será possível uma redução também das formas leves da doença. “A aposta nessa bivalente é que nós também atingiremos as formas leves, reduzindo o número de casos sintomáticos leves”, afirma.

Temido por muitas pessoas, o especialista aponta que os efeitos colaterais para a bivalente são todos de natureza leve. “Sem nenhum efeito colateral mais severos. Os efeitos colaterais que existem como dor de cabeça, dor no corpo, mal-estar, passam rapidamente e são os mesmos das outras vacinas”, garante.

Inicialmente, a vacina será aplicada somente nos chamados grupos de risco. Em Belo Horizonte, nesta primeira fase, apenas idosos acima dos 80 anos e imunossuprimidos maiores de 12 podem se imunizar. Para o presidente da SMI, o ideal seria que todas as faixas etárias pudessem tomar a nova versão do imunizante.

“Seria o ideal, mas na forma escalonada como está sendo feito é é razoável. Ou seja, primeiro os as pessoas que têm maior risco de adoecimento grave e a partir do momento que a vacina tiver maior disponibilidade, outros grupos também vão se vacinando“, opina.

Conforme divisão anunciada pelo Ministério da Saúde, a imunização será feita da seguinte forma: na fase 1, pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos, indígenas, ribeirinhos e quilombolas; na fase 2, pessoas com idade entre 60 e 69 anos; na fase 3, gestantes e puérperas; e na fase 4, profissionais de saúde.

Até o momento, as vacinas bivalentes foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso como dose de reforço na população a partir de 12 anos. Um pedido de ampliação para o público de até 5 anos ainda é analisado.

Fonte: Hoje em Dia

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