O governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a possibilidade de um ataque armado dos Estados Unidos ao país sul-americano. A denúncia foi formalizada em um pedido de reunião emergencial do Conselho de Segurança, enviado na quinta-feira (9).
No documento, o embaixador venezuelano na ONU, Samuel Reinaldo Moncada Acosta, afirma que a ameaça é iminente:
“Estamos hoje diante de uma realidade sem precedentes nos últimos 200 anos da história republicana”, declarou.
“Esta carta, baseada em informações comprovadas, razoáveis e objetivas, confirma que um ataque armado dos EUA contra a Venezuela pode ocorrer muito em breve. A mobilização militar em curso, a escalada de ações hostis e provocativas e a retórica cada vez mais incendiária confirmam isso.”
A carta foi encaminhada ao embaixador da Rússia na ONU e presidente do Conselho de Segurança, Vassily Nebenzia, e detalha ações recentes dos EUA no Caribe. Entre elas, o governo venezuelano cita o envio de navios de guerra, caças F-35 e um submarino nuclear para a região, além de ataques a embarcações supostamente envolvidas com o tráfico de drogas para os Estados Unidos.
O governo Maduro considera que essas ações coincidem com o aumento da pressão internacional sobre Caracas, especialmente após o governo norte-americano ter reclassificado o cartel de Los Soles, supostamente liderado por Maduro, como uma organização terrorista. Com isso, segundo a Venezuela, a administração Trump abriu espaço legal para operações militares no exterior, sob o pretexto do combate ao terrorismo.
Na avaliação da diplomacia venezuelana, os EUA estariam usando o combate ao narcotráfico como justificativa para uma intervenção militar, repetindo a estratégia adotada no Iraque em 2003.
“Trata-se, portanto, de uma repetição do roteiro utilizado em 2003, sobre a suposta existência de armas nucleares no Iraque, que resultou na destruição daquela nação irmã e no roubo de seus recursos por meios armados”, afirmou o representante da Venezuela na ONU.
O governo venezuelano aguarda uma resposta do Conselho de Segurança sobre o pedido de reunião.
Com informações do Metrópoles