Apesar de ser um dos nomes cotados para disputar as eleições presidenciais em 2026, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que o atual presidente, Jair Bolsonaro, (PL), derrotado no pleito deste ano, “tem toda a condição de voltar a disputar”. Zema destacou que o governo de Bolsonaro apresentou “bons números“ e que o próprio presidente foi o seu maior adversário nas eleições devido aos seus posicionamentos não “muito felizes”. As declarações do governador foram dadas em entrevista ao Poder360 nesta quarta-feira (23).

O chefe do Executivo mineiro decidiu apoiar a candidatura de Bolsonaro apenas no segundo turno com a justificativa de que o Novo tinha candidato no primeiro turno, o cientista político Felipe D’Avila. Zema destacou seu papel na campanha de Bolsonaro em Minas, o que, segundo ele, garantiu uma “redução expressiva” da diferença do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, praticamente chegando a um “empate técnico” ao final da disputa.

No primeiro turno, Lula obteve 5,8 milhões de votos (48,29% do total) e Bolsonaro foi votado por 5,2 milhões de eleitores (43,6%). Já no segundo turno, foram 6,19 milhões, com 50,2% de votos ao candidato eleito. Com 49,8%, Jair Bolsonaro recebeu o voto de 6,14 milhões eleitores mineiros.

Diante da derrota de Bolsonaro, o governador Zema espera que ele faça uma oposição responsável ao governo de Lula. Sobre sua relação com o futuro presidente a partir de 2023, Zema disse que se o presidente fizer alguma retaliação, ele será o primeiro a “colocar a boca no trombone”.

RRF e ALMG

Sobre as dificuldades de relacionamento com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em seu primeiro mandato, o governador destacou que o legislativo teve boa renovação e que fez uma campanha diferente da que fez há quatro anos. “Dos 77 já temos mais de 40 conosco. Situação muito diferente”, afirmou Zema.

Nesse sentido, o governador espera conseguir negociar com os parlamentares o apoio para adotar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que acabou protagonizando um dos principais episódios de desavenças entre executivo e legislativo. Alegando sempre a preocupação com as contas públicas, Zema disse, ainda, que a dívida do Estado não pode ser cancelada com uma “canetada”. “Conto com a Assembleia. As conversas estão bem encaminhadas”, assinalou o governador.

Fonte: O Tempo

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