Estabelecimento que fornece alimentos para o presídio de Arcos é interditado pela Vigilância Sanitária

Nessa quarta-feira (4), a Vigilância Sanitária (VISA) em Arcos realizou uma reinspeção no estabelecimento que é responsável por fornecer alimentos para o presídio Juca do Anibal em Arcos. Essa reinspeção aconteceu após o mesmo estabelecimento ter sido notificado pela Vigilância Sanitária em 14 de dezembro de 2022.

Na primeira inspeção foram encontradas várias irregularidades e, por isso, foi dado prazo para que tudo fosse regularizado. Porém, na reinspenção realizada ontem (4) o estabelecimento teve que ser interditado, por não ter resolvido as irregularidades.

Garrafa de suco com mofo, caixas de gordura abertas e restos de alimentos no chão

De acordo com o parecer da inspeção – ao qual o Portal Arcos teve acesso – a responsável técnica da Vigilância Sanitária encontrou várias irregularidades.

Segundo o relato da responsável técnica, ao chegar ao local as marmitas já estavam sendo preparadas, os sucos estavam acondicionados em garrafas com péssima higienização, com presença de mofo e sujeira. O local também necessita de higienização e organização, pois estava com muitos mosquitos, insetos e até pássaros no local.

Também foram encontradas duas caixas de gordura abertas e/ou semiabertas dentro da área de manipulação. O chão de todo o local estava com restos de alimentos e outras sujeiras. O estabelecimento possui mofo e infiltração em alguns locais. No estoque havia alimentos abertos armazenados de forma incorreta e os descartáveis estavam desorganizados e encostados diretamente no chão e na parede. Os utensílios e aparelhos utilizados na preparação dos alimentos estavam sujos e sem manutenção. E o estabelecimento também não conta com número de funcionários suficientes para cumprir com o fornecimento.

Comida com mal cheiro e detentos indo para o hospital

A responsável técnica também foi até o presídio para acompanhar a entrega das marmitas dos detentos e a alimentação dos agentes penitenciários. Foi constatado que a entrega aconteceu muito tempo após a preparação dos alimentos e a comida não estava na temperatura ideal. Grande parte das marmitas estavam abertas, algumas entornando, as saladas também estavam abertas e a alface estava com aspecto deteriorado. Além disso, foi constatado que o cardápio não estava sendo cumprido.

A comida dos agentes é colocada em bandejas de réchaud, e chega fria. Durante o transporte o feijão derramou sobre os demais, pois estava mal tampado, além disso, ele estava com cheiro azedo.

Além disso, foi relatado pelos agentes e presidiários que na maioria dos dias a comida chega fria e com mal cheiro (estragada), o que faz com que vários detentos tenham que ir para o hospital.

Estabelecimento interditado

Segundo a Vigilância Sanitária, até a data de ontem (4), o estabelecimento havia sido interditado por tempo indeterminado até que fossem feitas todas as adequações. Porém, a empresa recorreu junto ao Ministério Público, solicitando que as adequações fossem feitas sem interromper o fornecimento dos alimentos.

Devido ao pedido, na manhã de hoje (5) o Ministério Público concedeu o prazo de 12 dias para que todas as adequações sejam feitas. Após o prazo, será realizada uma nova inspeção no local.