Ricardo Medeiros de Oliveira estava com um grupo na montanha localizada na Serra dos Órgãos, Região Serrana do Rio, quando foi informado sobre o encontro do doador.
Ele teria que descer 2km e percorrer outros 150km até a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora em até 3 horas. Por isso, transporte aéreo foi fundamental.
Embora possa parecer roteiro de cinema, o resgate feito a Ricardo Medeiros de Oliveira, de 48 anos, foi real e realizado em uma verdadeira corrida contra o tempo para que ele pudesse sair do alto da Pedra do Sino, localizada na região da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, e chegar o mais rápido possível até a Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora.
O motivo? Depois de nove anos de espera, o condutor de atrativos naturais, enfim, havia encontrado, no sábado (23), doador compatível para o transplante de rim.
A ligação foi recebida a cerca de 7.500 pés de altitude, em um local com área de cobertura do sinal de celular.
“Quando a gente tava no cume da Pedro do Sino, o hospital [Santa Casa] entrou em contato para mim, mas não conseguiu. Aí ligou para a clínica que eu faço diálise em Petrópolis, e eles entraram em contato comigo. Por Deus, a gente conseguiu sinal lá em cima para eles conseguirem falar comigo”, explica ele.
“Falei que infelizmente eu não ia conseguir, pois seriam necessárias cerca de quatro horas para descer. Meu psicológico na hora ficou abalado, pois a gente espera tanto e aconteceu num lugar daquele”, conta ele, que teria que chegar à unidade de saúde – a aproximadamente 150km de distância – em, no máximo, três horas.
Quarenta minutos depois, no entanto, com mobilização dos batalhões de Teresópolis e Rio de Janeiro, um helicóptero chegou até Ricardo e, em menos de duas horas, ele estava em Juiz de Fora para realizar a bem-sucedida cirurgia.
“Uma euforia só”
A desconfiança inicial do morador de Petrópolis, que realiza sessões de diálise desde 2011, logo deu início à empolgação para a realização do sonho.
“Não levei muita fé, pois nunca vi isso acontecer, mas fiquei lá em cima esperando a chegada dos bombeiros. Foi uma mistura de emoção muito grande: não sabia se eu ria, se chorava, se acreditava, se desconfiava, se realmente ia acontecer. Foi uma euforia só”, diz ele, em um grupo de seis pessoas.
Nesta segunda-feira (25), já transplantado, Ricardo fez questão de demonstrar sua gratidão aos bombeiros.
“Uma gratidão imensa a todo mundo que fez parte para que isso acontecesse, ao empenho dos bombeiros, à disponibilidade, à agilidade. Sou muito grato a Deus por tudo que aconteceu, por mais uma oportunidade de viver completamente de novo”.
Ao todo, foram 10 militares empenhados em duas aeronaves.
“Foi uma ação desafiadora devido às condições climáticas instáveis na região e à localização da vítima, mas estávamos determinados, como sempre, a fazer o impossível, com toda a dedicação, para superar os obstáculos em prol da vida – afirmou a comandante do Grupamento de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), coronel Rachel Lopes”.
Com o novo transplante, um primeiro já havia sido feito em 1998, Ricardo diz que a expectativa é de voltar a viajar. “A expectativa é conseguir retornar bem e o quanto antes para a vida que realmente eu gosto”.
Fonte: G1

Foto: Divulgação/Redes Sociais

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