Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não gostaram da reação do candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), à agressão sofrida com uma cadeira por José Luiz Datena (PSDB) no debate da TV Cultura, na noite de domingo (15).
Apesar de condenarem o ato violento do tucano, bolsonaristas também criticaram o fato de Marçal ter comparado, nas redes sociais, o episódio à facada sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018, e ao atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em julho deste ano.
À reportagem do jornal O Tempo, parlamentares da base bolsonarista classificaram a associação como desrespeitosa e oportunista. Eles acreditam que a estratégia de Marçal será percebida por grande parte do eleitorado fiel ao ex-presidente, que não deve comprar a narrativa do influenciador, na avaliação desses aliados.
O pastor Silas Malafaia, apoiador próximo a Jair Bolsonaro, foi às redes sociais para criticar Marçal, a quem classificou como “farsante” e “psicopata”. Em vídeo, ele diz que a montagem com Trump e Bolsonaro é “a conclusão da farsa” do candidato do PRTB, que “adora se vitimizar”.
“Isso é um deboche da tentativa de assassinato de Donald Trump e de Bolsonaro. Ele tem usado essa tática e essa técnica de tentar atingir a fraqueza dos seus adversários, debochar deles para eles perderem o equilíbrio emocional. Ele provoca isso e se coloca numa mesma posição de Donald Trump e da coisa horrorosa que é a facada em Bolsonaro. Isso é um palhaço, um manipulador”, diz Malafaia.
Relação Marçal x Bolsonaro
Desde o início da campanha eleitoral, a relação entre Jair Bolsonaro e Pablo Marçal tem sido conflituosa. No final de agosto, eles trocaram farpas pelas redes sociais, com o envolvimento também do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
Semanas depois, após os ânimos se acalmarem e Marçal tratar a questão como resolvida, Bolsonaro criticou a aparição do ex-coach no ato de 7 de setembro, na avenida Paulista. Em mensagem disparada para aliados, o ex-presidente disse que o empresário tentou usar o ato como ‘palanque’ para se promover na corrida pela Prefeitura.
Formalmente, Bolsonaro apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista. No entanto, parte significativa do eleitorado bolsonarista se bandeou para Marçal. Parte dos aliados do ex-presidente avaliam que falta Nunes criar uma “conexão” com os valores defendidos pelo bolsonarismo, criando um vácuo ocupado pelo candidato do PRTB.
Fonte: O Tempo