“Olha a Unidos do Morro aí, gente!”
O grito ecoa na memória dos foliões de Pains, lembrando o bordão do saudoso Ismael dos Santos, um dos grandes nomes da história do carnaval local. A folia, marcada pelo ritmo dos tamborins e pela energia contagiante da comunidade, tem um protagonista de longa data: o GRESUM – Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Morro. Desde 1981, essa agremiação se tornou sinônimo de tradição e alegria nas ruas da cidade.
A primeira iniciativa de uma escola de samba no município nasceu como Escola de Samba 1º de Janeiro, idealizada por Ernani Alves de Melo (Bulu), Zé Diogo e Judismar (Bibica). Movidos pelo desejo de levar um “batuque” carnavalesco às ruas, o grupo organizou eventos para arrecadar fundos e conseguiu apoio do saudoso Carlos Maia. Os ensaios aconteciam na rua Bela Vista, e as fantasias eram confeccionadas de forma voluntária, reforçando o espírito coletivo do carnaval painense.
A tradição da escola de samba permaneceu forte até 1989, quando houve uma pausa nos desfiles. Mas a paixão pelo carnaval não se apagou. Nos anos 1990, um grupo de jovens deu vida ao bloco NASTRAVAMUS, que animava as ruas da cidade. Com o crescimento do bloco e a maioria dos integrantes vindos do Morro Bela Vista, surgiu a ideia de reviver a antiga escola de samba, agora com um novo nome: GRESUM – Unidos do Morro.
O mastodonte foi escolhido como símbolo oficial da escola, em referência ao famoso fóssil encontrado na região. Desde então, a Avenida 1º de Janeiro se transforma no palco do desfile, reunindo visitantes e moradores em uma celebração vibrante da cultura local.
A história do GRESUM é feita de muitas mãos e corações apaixonados pelo samba. Grandes nomes marcaram essa jornada, como os saudosos Bibica, Toninho da Leila, Pedro Cordeiro e Ismael. Também se destacam lideranças como Ernani Bulu, Welton, Franz, Neander e André.
Um dos momentos mais emblemáticos do desfile era a aparição da baiana gigante, obra do talentoso Otto Ernesto, que também construiu carros alegóricos inesquecíveis. O comando oficial da folia sempre começava com a voz de Mestre Ismael, anunciando: “Olha a Unidos do Morro aí, gente! A hora é essa!”. O samba enredo, puxado por nomes como Rildo Batata, Thiago Diniz e Thelma, ecoava pela Praça e ruas, envolvendo a cidade no espírito carnavalesco.
Mais do que uma festa, o GRESUM representa a identidade e a memória coletiva de Pains, mantendo viva uma tradição que atravessa gerações. A cada carnaval, a escola de samba reforça o orgulho da comunidade e prova que a cultura local é um patrimônio que merece ser celebrado e preservado.
Fonte: Prefeitura de Pains