O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta a Minas Gerais na próxima terça-feira (11), desta vez, para uma aproximação com o setor industrial. O petista estará em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para visita ao Polo Automotivo da Stellantis, dona das marcas Fiat, Citroën, Jeep, Peugeot, Ram e outras. A empresa tem investido na produção de veículos híbridos.

Em seguida, ele vai para Ouro Branco, na Região Central do Estado, para cerimônia de inauguração da expansão de produção de aço da Gerdau. A empresa é a maior produtora de aço do Brasil.

Nesta sexta-feira (7), Lula esteve no assentamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, no Sul de MG. Na ocasião, o presidente Lula assinou decretos de interesse social de sete áreas para serem utilizadas na reforma agrária no país, inclusive um de terrenos no Complexo Ariadnópolis.

Essa foi a primeira visita de Lula a um acampamento do MST em seu terceiro mandato, parte de estratégias que o presidente vem adotando para se aproximar mais do seu “eleitor raiz” pensando em 2026. Essas ações acontecem em um momento de crise de popularidade do governo, que atingiu o menor índice dos três mandatos de Lula.

Além do aceno ao MST, a nomeação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como ministra das Relações Institucionais é um aceno aos setores mais à esquerda. Ela é bastante respeitada pela militância por não abandonar as pautas defendidas por essa ala.

Desde que assumiu a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, o marqueteiro Sidônio Palmeira orientou algumas mudanças no discurso do presidente Lula. Uma delas foi intensificar a agenda de viagens pelo país e usar pronunciamentos em rede nacional para divulgar programas como o Farmácia Popular e o Pé-de-Meia.

Outra iniciativa foi o conjunto de medidas anunciadas na quinta-feira (6) para conter a alta no preço dos alimentos, sendo a principal delas a que zera a alíquota de importação dos seguintes itens:

Açúcar: (hoje até 14%)
Azeite: (hoje 9%)
Biscoitos: (hoje 16,2%)
Café: (hoje 9%)
Carnes: (hoje até 10,8%)
Massas alimentícias (macarrão): (hoje 14,4%)
Milho: (hoje 7,2%)
Óleo de girassol: (hoje até 9%)
Sardinha: (hoje 32%)

Governo com foco na transição energética

A visita ao Polo Automotivo da Stellantis, que tem investido em veículos híbridos, é uma oportunidade para o governo destacar seu comprometimento com a pauta ambiental.

Em seus discursos, Lula tem defendido a transição energética e medidas de descarbonização. O governo lançou, no ano passado, a Política Nacional de Transição Energética (PNTE), contemplando os setores industrial, de transportes, elétrico, mineral e de petróleo e gás natural.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, levantamento inicial aponta que os novos investimentos em energia elétrica limpa e renovável, combustíveis sustentáveis de baixo carbono e mineração sustentável para a transição energética podem alcançar R$ 2 trilhões em investimentos em 10 anos.

O país sedia a Conferência da ONU para Mudanças Climáticas, a Cop 30, em novembro, em Belém do Pará, e um dos focos será a transição energética.

 

Fonte: Ana Paula Ramos/O Tempo

 

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