No dia 21.06 os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares no Irã, marcando sua entrada direta no conflito entre Israel e Irã. O episódio se insere em uma estratégia recorrente da política externa americana, que combina ação militar com objetivos de reposicionamento geopolítico e ativação econômica.

Os EUA lideram a economia mundial e essa posição foi construída por sua participação direta em guerras. A entrada na Primeira Guerra Mundial, em 1917, consolidou o país como principal credor global. Além disso, o fornecimento de alimentos, combustíveis e armamentos à Europa impulsionou a expansão industrial e financeira americana.

A Crise de 1929 interrompeu esse crescimento. A recuperação ocorreu com a Segunda Guerra Mundial e com as políticas de recuperação do New Deal. A economia foi impulsionada pela demanda de guerra e, ao final do conflito, os EUA tornaram-se potência militar e centro do sistema financeiro internacional.

Nas décadas seguintes, os Estados Unidos mantiveram a liderança em produtividade, técnicas de administração e gestão, exportações e consumo. Os países passaram a importar em larga escala produtos americanos, como veículos, aço, máquinas, roupas e alimentos. A partir da década de 1970, no entanto, o país passou a enfrentar concorrência de novas economias industriais, como Japão e Alemanha, além do crescimento posterior de China, Índia e Brasil.

O saldo comercial americano entrou em déficit, e grande parte da produção industrial migrou para o exterior. A política de livre comércio, defendida por décadas, passou a ser revista. Em 2025, o governo adotou um pacote tarifário com medidas protecionistas, buscando proteger setores da concorrência internacional.

Paralelamente, os EUA voltaram a apoiar operações militares em zonas de interesse geopolítico. O aumento da demanda por armamentos fortalece a indústria americana. O confronto atual com o Irã ocorre em meio a desaceleração econômica, inflação elevada e incerteza política interna.

As operações no exterior ocorrem fora do território americano, o que reduz impactos diretos sobre infraestrutura doméstica e contribui para a manutenção do apoio interno às ações militares.

Empresas fornecedoras de armas ampliam suas atividades com contratos governamentais e mantém presença em Washington por meio de grupos de pressão que atuam em favor da ampliação de gastos militares.

Conflitos externos criam ciclos de expansão industrial em setores específicos, especialmente defesa. A movimentação econômica resultante beneficia setores produtivos internos, mas os custos humanos e materiais se concentram em outros países.

O padrão histórico americano associa o uso da força à manutenção da hegemonia global, mas em um cenário internacional com múltiplos polos de poder, permanece a questão da manutenção ou não de um modelo de ganhos garantidos para a economia americana e perdas incontáveis no resto do mundo.

 

 

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