Oito em cada dez consumidores mineiros estão priorizando a compra de alimentos básicos como arroz e feijão antes de incluir produtos como carnes vermelhas na lista. O dado faz parte da pesquisa “Perfil de Compras Alimentícias”, divulgada nessa quinta-feira (4) pela Fecomércio MG. O estudo ouviu empresários do comércio varejista de supermercados, mercearias e armazéns em todas as regiões do Estado.

De acordo com a economista Gabriela Martins, da Fecomércio MG, o comportamento reflete uma mudança clara nas escolhas das famílias mineiras diante do cenário econômico atual.

“O comportamento do consumidor na hora de realizar suas compras essenciais demonstrou que as famílias mineiras têm ajustado suas cestas de consumo, priorizando alimentos em detrimento de outros como, por exemplo, as carnes e o hortifruti. Essa substituição demonstra a sensibilidade do consumidor ao aumento de preços de alguns itens específicos da cesta básica”, afirmou.

Além da preferência por produtos mais acessíveis, o estudo também mostra que os consumidores estão adotando posturas mais cautelosas na hora de pagar. A maioria tem optado por compras à vista, com destaque para o cartão de débito (31,2%) e o Pix (25,7%). O cartão de crédito à vista (16%) e o dinheiro (15,4%) também aparecem com frequência, enquanto o crédito parcelado representa apenas 10,7% das transações — sendo que quase metade delas é dividida em no máximo duas vezes.

Gabriela Martins destaca que essa escolha revela um movimento de maior controle financeiro:

“É possível notar o predomínio das compras à vista, demonstrando uma tentativa de controle orçamentário e a busca pelo não endividamento, o que reforça a cautela do consumidor na hora de consumir”, acrescentou.

A pesquisa também aponta que o cenário pode se agravar: 56,2% dos empresários do setor acreditam que os preços da cesta básica devem subir nos próximos meses, e 59,4% projetam aumentos em outros produtos alimentícios. Para lidar com essa expectativa e manter as vendas, 52,9% dos comerciantes estão apostando em estratégias como promoções e liquidações.

O levantamento foi realizado entre os dias 21 de julho e 7 de agosto pelo Núcleo de Estudos Econômicos e de Inteligência & Pesquisa da Fecomércio MG, com 384 empresas em todas as regiões de Minas Gerais — pelo menos 38 por região.

Com informações do Hoje em Dia

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