O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, voltou atrás nessa segunda-feira (15) após afirmar, durante evento no interior de São Paulo, que houve um “planejamento de golpe” após as eleições de 2022. A declaração gerou forte reação entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e provocou desgaste dentro do campo bolsonarista.
Em entrevista, Valdemar alegou que sua fala foi mal interpretada e que se referia a uma hipótese imaginária, sem confirmação de plano concreto. “Minha fala foi feita com uma condicionante: se tivesse, imagine que tivesse, vamos supor que tivesse… foi no campo do imaginário. E está claro: nunca houve planejamento, muito menos tentativa. O próprio ministro do Supremo Luiz Fux já confirmou isso”, afirmou.
Durante o evento, realizado no fim de semana, Valdemar havia dito que “houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente”, ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou Bolsonaro. Ele também comparou a situação a um crime não consumado: “No Brasil, a lei diz o seguinte: ‘se você planejar um assassinato, mas não fez nada, não tentou, não é crime’. O golpe não foi crime”, declarou.
A repercussão negativa levou o dirigente a esclarecer que não houve qualquer articulação golpista por parte do ex-presidente. Valdemar reafirmou sua lealdade a Bolsonaro e negou que suas declarações tenham sido feitas com o intuito de prejudicar uma eventual candidatura em 2026.
Além disso, o presidente do PL defendeu o projeto de anistia que inclui Bolsonaro e os investigados pelos atos de 8 de janeiro. O STF ainda deve julgar outros quatro núcleos envolvidos, apontados pela maioria dos ministros como parte de uma organização criminosa. Valdemar reforçou que todas as decisões judiciais devem ser respeitadas, mas reiterou o apoio à proposta de anistia em tramitação no Congresso.
Com informações do O Tempo