O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a fome é uma escolha “de governos e de sistemas econômicos”, em artigo publicado nesta segunda (13) e terça-feira (14) em doze jornais estrangeiros.

A fome não é uma condição natural da humanidade, nem é uma tragédia inevitável: ela é fruto de escolhas de governos e de sistemas econômicos que optaram por fechar os olhos para as desigualdades. Ou mesmo promovê-las”, escreveu o presidente.

O artigo reforça os posicionamentos de Lula nesta segunda-feira, quando esteve em Roma para participar de eventos sobre combate à fome e à pobreza. No texto, o petista diz que a atual ordem econômica “nega a 673 milhões de pessoas o acesso à alimentação adequada”, enquanto “permite a um seleto grupo de 3 mil bilionários deterem 14,6% do PIB global”.

O presidente cita que países desenvolvidos tiveram, nos últimos anos, o maior aumento em gastos militares desde o fim da Guerra Fria, “mas não tiraram do papel o compromisso que elas mesmas assumiram: investir 0,7% do PIB em ações concretas para a promoção do desenvolvimento nos países mais pobres”.

Segundo o presidente, o cenário pouco mudou desde a criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), há 80 anos, com a diferença de que agora, há a crise climática

E a concertação entre as nações criada para resolver os desafios de 1945 não dão mais conta dos problemas atuais. É necessário reformar os mecanismos globais de governança. Precisamos fortalecer o multilateralismo”, diz Lula, ao defender a reforma de órgãos como o Conselho de Segurança da ONU.

Lula também defendeu “incluir os pobres no orçamento e os mais ricos no imposto de renda”, em menção ao projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e às medidas que ampliam a gratuidade da conta de luz e do botijão de gás. E comemorou a saída do Brasil do Mapa da Fome da FAO.

O Brasil ainda tem muito a avançar até garantir a plena segurança alimentar a toda sua população, mas seus resultados confirmam que a ação do estado é capaz, sim, de vencer o flagelo da fome. […] A humanidade, que criou o veneno da fome contra ela mesma, também é capaz de produzir o seu antídoto”, afirma.

O artigo foi publicado nos jornais Infobae (Argentina), Al Jazeera (Catar), La Tercera (Chile), El Espectador (Colômbia), El País (Espanha), Libération (França), La Repubblica (Itália), La Jornada (México), Jornal Notícias (Moçambique), Público (Portugal), Daily Nation (Quênia) e The Independent (Reino Unido).

Com informações do jornal O Tempo

 

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