O ano de 2025 deve figurar como o segundo ou terceiro mais quente da história, segundo o Relatório sobre o Estado do Clima Global divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Entre janeiro e agosto, a temperatura média próxima à superfície registrou 1,42°C ± 0,12°C acima da média pré-industrial, reforçando a tendência de aquecimento global nos últimos anos.
De acordo com o relatório, os últimos onze anos, de 2015 a 2025, foram individualmente os mais quentes nos 176 anos de registros de observação, com os três últimos anos sendo os mais extremos. “Essa sequência sem precedentes de altas temperaturas, combinada com o aumento recorde dos níveis de gases de efeito estufa no ano passado, deixa claro que será praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos sem ultrapassar temporariamente essa meta. Mas a ciência também é clara ao afirmar que ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5 °C até o fim do século”, afirmou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.
O relatório foi divulgado durante a Cúpula da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, como referência científica para fundamentar negociações globais. Entre os principais indicadores climáticos apresentados estão o aumento das concentrações de gases de efeito estufa, a elevação do conteúdo de calor dos oceanos e a redução histórica da extensão do gelo marinho no Ártico e na Antártida. A tendência de longo prazo do nível do mar também continuou a subir, apesar de pequenas oscilações naturais.
Durante a COP30, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou: “Devemos agir agora, com grande rapidez e em grande escala, para que esse aumento seja o menor, o mais curto e o mais seguro possível e para que as temperaturas voltem a ficar abaixo de 1,5°C antes do final do século”.
O relatório também destacou os impactos em cascata dos eventos climáticos extremos em 2025, como chuvas torrenciais, inundações, ondas de calor e incêndios florestais. Esses fenômenos têm causado deslocamento de pessoas, prejudicado o desenvolvimento sustentável e afetado o progresso econômico em diversas regiões do mundo.
Os dados reforçam que o aquecimento global permanece em ritmo acelerado e que medidas urgentes e em larga escala são necessárias para limitar os impactos climáticos. Apesar das projeções preocupantes, especialistas da OMM enfatizam que ainda é possível reduzir as temperaturas globais para 1,5°C até o fim do século, ressaltando a importância de políticas públicas baseadas em evidências científicas para proteger o planeta e as futuras gerações.
Com informações da Agência Brasil










