Em Congonhas-MG, apresenta concentrações de poeira acima dos padrões internacionais de qualidade do ar, segundo estudo da UFMG que integra uma prévia do Inventário de Emissões Atmosféricas. O documento completo será divulgado na próxima segunda-feira (24). A pesquisa identificou até 10,17 g/m² de silte tipo de partícula de solo ou poeira em vias pavimentadas da cidade, volume que corresponde ao dobro do limite recomendado para áreas residenciais pela deliberação normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).
Os pesquisadores analisaram 38 ruas do município e trechos da BR-040, que corta a cidade, e encontraram pontos classificados como críticos. Esses locais ultrapassam os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA), indicando risco elevado de levantamento de poeira e impacto direto à saúde da população. O inventário atualiza dados defasados há mais de dez anos e integra um projeto voltado à prevenção de episódios severos de poluição atmosférica.
A coordenadora do estudo, professora Taciana Toledo, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG, destaca que o diagnóstico é inédito em abrangência. Ela explica que o levantamento oferece um panorama completo da poeira presente na região, identificando também as emissões antropogênicas e permitindo o planejamento de ações mais eficazes para proteger a população. Segundo Taciana, a atualização era urgente, uma vez que o município enfrentava mais de uma década sem novos dados. Com o inventário, será possível orientar decisões ambientais baseadas em ciência, antecipando episódios críticos de poluição.
Os níveis registrados no estudo representam riscos à saúde, aumentando a possibilidade de doenças respiratórias e cardiovasculares, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com histórico de asma ou bronquite. Taciana ressalta que as partículas menores são as mais perigosas, por poderem alcançar regiões profundas dos pulmões e até entrar na corrente sanguínea. Além dos riscos clínicos, a poeira afeta o cotidiano da cidade, deixando as ruas constantemente sujas, reduzindo a visibilidade e causando danos ao patrimônio histórico.
O inventário reúne informações sobre fontes industriais, urbanas, biogênicas e de queimadas, além de mapear emissões ligadas ao tráfego pesado e áreas expostas. Esses dados devem subsidiar políticas públicas de curto e longo prazo. A coordenadora afirma que o documento servirá como base para ações estruturantes de controle de emissões, estudos de dispersão atmosférica, avaliação de riscos e definição de estratégias de mitigação.
O lançamento oficial do inventário ocorrerá no Museu de Congonhas, às 14h, na próxima segunda-feira (24). A reportagem buscou posicionamentos da Prefeitura de Congonhas e da CSN Mineração operadora da mina Casa de Pedra, considerada a maior da América Latina em zona urbana mas não houve retorno até a publicação.
Com informações do Hoje em Dia/Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca












