A Secretaria Municipal de Educação (Semec) de Teresina foi alvo, na manhã desta quarta-feira (26), de uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema milionário de corrupção instalado na pasta durante a gestão anterior. A ação, batizada de Operação Mãos Limpas, foi realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Ao todo, foram cumpridas 31 ordens judiciais, todas na capital piauiense, incluindo quatro prisões temporárias e 27 mandados de busca e apreensão. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e ativos financeiros que ultrapassam R$ 40 milhões, montante que corresponde ao prejuízo estimado aos cofres públicos. Cerca de 100 policiais federais e auditores da CGU participaram da operação.
As investigações tiveram início em 2023, após denúncias de irregularidades em contratos de terceirização de mão de obra da Semec. Os processos sob suspeita são de 2019 e 2022, ambos ainda vigentes. De acordo com a PF, o grupo estruturou um esquema que incluía direcionamento de licitações, contratação de empresas de fachada, superfaturamento e retenção indevida de salários de trabalhadores terceirizados. Servidores envolvidos manipulavam os contratos para beneficiar fornecedores específicos, que devolviam parte dos valores por meio de repasses ilegais. O dinheiro circulava por contas de pessoas ligadas ao grupo, empresas sem atividade real e operadores financeiros.
Quatro servidores que atuaram na gestão anterior da Semec foram identificados como peças centrais do esquema, sendo exonerados em meados de 2025 após as primeiras confirmações das fraudes. Outras quatro pessoas também foram presas nesta quarta-feira, suspeitas de operar a movimentação financeira clandestina utilizada pelo grupo. A PF aponta fortes indícios dos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro.
Além das prisões, a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de contas dos investigados. A CGU continua analisando documentos e contratos apreendidos para aprofundar o levantamento dos danos e identificar possíveis novos envolvidos no esquema fraudulento.
A investigação segue em andamento.
Com informações do Metrópoles











