Relembrando fatos ocorridos à época da luta deste município quando em busca de atender a legislação, tentou a todo custo viabilizar a construção de um moderno Aterro Sanitário, agora, há poucos dias, ao tomarmos conhecimento do atraso na tramitação do pedido de licenciamento e das exigências feitas com relação ao projeto de ampliação da captação de água no rio Formiga ficamos, mais uma vez, realmente preocupados:

Se à época da construção do Aterro, este foi considerado pelo próprio secretário de Meio Ambiente do estado de Minas Gerais e ex-ministro do Meio Ambiente, em sua fala durante a solenidade de inauguração, como sendo aquele equipamento um modelo para o Brasil e quiçá para o mundo – palavras do ilustre, Dr. José Carlos Carvalho – agora, com a história se repetindo com relação à aprovação do projeto de captação do rio Formiga, capaz de nos livrar da incômoda modalidade de “captação a fio d’água”, criando assim condições de armazenamento de um volume de água capaz de suportar por longos períodos ainda que de seca prolongada, o tratamento da água para suprir as necessidades do município, repetimos, e ficamos a imaginar que:

1: Se à época do Aterro, o bom senso reinante entre as partes envolvidas, município, Supram e conselhos a quem coube tratar do assunto não houvesse prevalecido, o prejuízo econômico e ambiental, que se avizinhava, certamente teria sido de proporções enormes.

2: Portanto, agora, há de se imaginar que mesmo sabendo das razões que em virtude dos dois anos de atraso trazidos às repartições públicas pela chegada da covid-19, uma obra mais que necessária como esta, a de captação pudesse vir a ser privilegiada quando das análises necessárias para a sua liberação, junto aos órgãos competentes. Diante da situação hoje vigente, o prejuízo econômico que, em breve, o município com ele terá de arcar, é ínfimo se comparado aos danos que uma seca de maior intensidade trará aos nossos munícipes. Isto sem imaginarmos que a prática da extração de águas através de poços artesianos deve e precisa ser com urgência, rechaçada, principalmente por quem tem como hábito e função principal defender o meio ambiente.

3: Relembrando que à época da inauguração do Aterro acima mencionado, mesmo com a primeira célula completamente pronta, havia uma exigência (burocrática), embora legal, de que sem que a estação de tratamento de chorume estivesse pronta, aquele órgão não autorizaria o funcionamento do Aterro, pois não nos seria liberado a licença necessária, argumentamos que todo mundo sabia, e inclusive os ilustres técnicos do órgão, que a produção de chorume só ocorreria, muito tempo após o início do uso da célula destinada a receber os resíduos…Portanto, injustificável tal exigência como condicionante imediata.

4: Àquela época, o lixão que atendia o município já estava com sua capacidade esgotada e, é claro, o bom senso, o diálogo e a necessidade, fez o “sapo pular” e, em menos de 90 dias após a liberação do Aterro, a obra faltante foi concluída. Não fosse isto, ficamos a imaginar onde seriam colocadas as 42 toneladas diárias de lixo aqui produzido, já que, como dito, o lixão não mais suportava um quilo de material, sequer.

Voltando ao assunto principal e analisando detidamente alguns documentos disponibilizados pelo Saae e, conhecedores do drama que uma seca mais prolongada submete aos que dependem da captação atual para atender todo o município, tomamos a liberdade de solicitar das autoridades locais e das estaduais, que em última análise detêm o poder de decisão, de suplicar-lhes seja este caso, submetido à, é claro, todas as exigências vigentes, mas que, seja também levada em consideração a urgência que o caso requer. Numa análise rápida no portal da transparência, a gente vê que de 2018 para cá, a Supram tem levado uma média de quatro anos para o atendimento de pleitos similares. Aliás, salvo engano, em todo o estado, neste período, de 11 processos em análise, só um foi liberado. Há algo aí que merece ser melhor analisado, não acham?

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