O advogado Celso Sanchez Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento que ocorre nesta terça-feira (25), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que não há qualquer evidência que conecte Bolsonaro aos episódios do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília. O ex-presidente foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado e pode se tornar réu ao fim do julgamento, que deve acontecer nesta quarta.
Para sustentar sua argumentação, Vilardi disse que a Polícia Federal (PF), em seu relatório, nunca responsabilizou diretamente o ex-presidente pelos atos do 8 de janeiro, assim como o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada.
“Nem a Polícia Federal, que utilizou mais de 90 vezes (em seu relatório) a expressão ‘possivelmente’, porque não havia certeza, afirmou participação dele (Bolsonaro) no 8 de janeiro. Não há um único elemento, nem da delação (de Mauro Cid). Aí me criticam, que eu digo que a delação não vale nada. Óbvio. Porque nem o delator que o acusou fez qualquer relação dele com o 8 de janeiro. Não há uma única evidência a esse respeito”, afirmou Vilardi.
Ainda de acordo com o advogado, Bolsonaro teria, inclusive, repudiado os atos de depredação na capital federal.”Eu entendo a gravidade de tudo o que aconteceu no 8 de janeiro, mas não é possível que se queira imputar a responsabilidade ao presidente da República, o colocando como líder de uma organização criminosa, quando ele não participou dessa questão do 8 de janeiro. Pelo contrário, ele a repudiou”.
Fonte: Mateus Castanha-Itatiaia