Seis crianças de até nove anos de idade morreram afogadas em Minas Gerais desde o início do ano. Isto é, o levantamento do Corpo de Bombeiros Militares do Estado (CBMMG) registrou uma morte infantil por mês em piscinas, cachoeiras, rios e represas. O número assusta por ser exatamente o dobro das mortes de crianças por afogamento no ano passado, quando apenas três foram registradas no primeiro semestre. Ainda, neste mês de férias, o esperado é que os casos aumentem. O tema ganha relevância nesta terça-feira (25) em que se celebra o Dia Mundial de Prevenção do Afogamento.

Neste ano, a maioria dos casos de mortes de crianças de até nove anos ocorreu em janeiro, mês de férias. Foram quatro crianças vítimas de afogamento – uma de dois, três, seis e oito anos -, 66% do total. Só para se ter uma ideia, em janeiro de 2022, nenhuma morte de crianças de até nove anos foi registrada. O recesso de julho é um alerta para que o aumento não se intensifique.

De acordo com o sargento Allan Azevedo, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, a confiança para retornar aos espaços de lazer cresceu, uma vez que a insegurança com a pandemia ainda estava presente em 2022. “Nós tivemos este ano a volta das férias de janeiro por definitivo. As famílias saíram para aproveitar clubes, cachoeiras e áreas de banho para lazer. E, dessa vez, com uma vontade reprimida, de ter ficado muito tempo longe desses espaços. É o que pode explicar esse aumento”, analisa.

O sargento chama atenção para o fato das crianças de zero a nove anos serem o principal grupo de atenção quando se fala em afogamento. De fato, o último balanço da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), de 2022, alertou que os afogamentos são a principal causa de morte entre crianças de 1 a 4 anos de idade e a segunda maior de 5 a 9 anos.

Isso é justamente pelas crianças serem incapazes de se defenderem sozinhas. Basta um pequeno descuido para que seja tarde demais para um salvamento. E, como elas são pequenas, o afogamento pode acontecer em qualquer lugar: desde um balde até um rio. Nunca subestime um afogamento”, indica Azevedo.

 

Fonte: O Tempo

 

COMPARTILHAR: