Em 13 de março de 2013, a fumaça branca erigiu da Capela Sistina um novo Papa, que se denomina Francisco, em honra daquela que clamava: irmão Sol, irmã Lua, e fazia sua família o que hoje chamamos de ecologia (do grego oikos, casa). O carmerlengo anunciou: Habemus Papam! E apresentou-se aquele que foi procurado no fim do mundo. E a imprensa começou sua tarefa.
Como eu trabalhei na INVAP, em Bariloche, em 2009 e 2010, fiz o que costumava fazer nas noites, comecei a assistir ao Canal C5N da Argentina à espera de entrevistas dos amigos e parentes. No dia seguinte, entrevistaram sua irmã divorciada e perguntaram qual foi a ocorrência dele ao saber que se separaria: Não falou nada, foi me ajudar na mudança!
Esse foi o carisma (em gre go, χάρισμα) que se mostrou, o primeiro da lista de Paulo (Rm 12,6), a profecia, e que pude acompanhar por estes doze anos de evolução, da revolução que acontece na Igreja desde o Concílio Vaticano II, mas que eu acredito que começou com a Rerum Novarum de Leão XIII, em 1891, (ou talvez com a Qui Pluribus de Pio IX, em 1846). Um Papa preocupado com o meio ambiente, com a posição das mulheres, com o preconceito aos homossexuais. Defensor da vida, condenou a pena de morte, incluindo isso no Catecismo.
Não demorou muito para que os adeptos e mercenários dos combustíveis fósseis o elegessem como alvo a destruição com mentiras: comunista! Permitiu o casamento homossexual!
Mentiras (cizânias) que semearam no público e muitos acreditaram. Detratores que desafiam o pecado contra o Espírito Santo (como explicitado em Mt 12,24-32; Mc 3,22-30). Ele não é comunista e abençoador homossexuais, assim como os casais de segunda união, não é o Matrimônio, o Sacramento instituído por Jesus.
Procurei diversas avaliações sobre Francisco, uma bastante interessante foi no editorial do The Washington Post que afirma que o Papa Francisco liderou a Igreja Católica para o século XXI, moldou um papado profundamente reformista, e bastante controverso dentro da Igreja.
O Papa Francisco, que morreu aos 88 anos, foi um dos pontífices mais impactantes da história moderna e também um dos mais surpreendentes. Asceta jesuíta e o primeiro Papa do Hemisfério Sul, Francisco perdeu um papado que deixou a Igreja Católica menos branca, menos eurocêntrica e menos presa às tradições. Essas mudanças levaram a uma Igreja decididamente mais global, moderna e inclusiva, aberta como nunca a novos pensamentos e diálogos sobre pessoas LGBTQ+, clericais celibatários, aborto e preconceitos.
Francisco abraçou a luta contra as mudanças climáticas e o sofrimento das minorias perseguidas, dos pobres do sul global e dos migrantes e refugiados, em cuja homenagem reflete um monumento na Praça São Pedro. Quando se tornou papa, mais da metade dos cardeais eram europeus; ao morrer, eram menos de 40%. Ele ampliou o diálogo inter-religioso, encontrando-se com líderes xiitas do Iraque e sunitas do Egito, entre outros.
Promoveu mulheres a cargas administrativas importantes. Prometeu tolerância zero ao abuso sexual clerical e fez progressos importantes nessa frente. E ainda muitas outras ações.