O volume de água no Rio Pará – onde deságua o Rio São João que forma a barragem do Carioca – segue abaixando, mas continua acima do nível ideal e a situação ainda de alerta. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (12) pelos membros do Posto Avançado criado pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Policias Civil e Militar em Conceição do Pará para o monitoramento da barragem.
Apesar de ainda existir risco e ainda considerarem a situação de alerta vermelho, os órgãos de segurança garantem que a situação está controlada e não é de “terror”. De acordo com a Prefeitura, cerca de 2.600 pessoas foram impactadas, 200 estão ilhadas e 19 seguem desabrigadas.
A Barragem do Carioca, localizada entre Pará de Minas e Conceição do Pará, teve constatados o transbordamento da represa, uma erosão na lateral e uma fratura no duto principal.
No domingo (9), a Prefeitura de Pará de Minas recomendou que moradores dos municípios de Pitangui, Onça de Pitangui e Conceição do Pará deixassem as casas devido a possibilidade de rompimento da barragem.
‘Não é de terror’
Na segunda-feira, tinha abaixado 20 centímetros, de acordo com a Defesa Civil. O risco ainda existe, segundo o Corpo de Bombeiros, mas a situação está sendo acompanhada e controlada.
“A situação é de alerta, não é de terror. Vemos que muitas pessoas estão divulgando áudios e vídeos. Tudo o que está acontecendo está sendo programado e acompanhado pelo Posto de Comando. O risco existe, não vai deixar de existir, mas a situação está controlada”, afirmou o sargento Emerson Gonçalves Ribeiro do Corpo de Bombeiros.
O militar explicou que houve uma mudança de alerta por parte da empresa responsável pela barragem, a Santanense, por terem recebido uma informação de que a barragem do Carioca receberia um volume intenso de água por causa da abertura das comportas da represe de Benfica, em Itaúna, que fica à montante.
“Eles decidiram elevar o alerta para que a ações que fossem tomadas fossem de retirar as pessoas da mancha de inundação que estavam previstas no plano de atendimento emergencial. Já estávamos trabalhando no nível vermelho desde o início. Efetivamente, não mudou nada”, explicou.
O militar ressaltou ainda que o alerta vermelho não significa que a barragem esteja se rompendo. “Ela se mantém da mesma forma que estava na terça às 14h”, esclareceu.
Ilhados e desabrigados
O prefeito José Cassimiro Rodrigues (MDB) afirmou que na área da mancha, região dos rios Pará e São João, são cerca de 100 famílias e cerca de 2.600 pessoas foram afetadas. Desde o fim de semana, elas estão sendo retiradas do local.
“Existem pessoas nas comunicadas que estão alocadas em locais seguros da comunidade e à medida que o tempo tem passado, essas pessoas que estão lá voluntariamente estão sentindo a necessidade de virem para a cidade, então a gente continua um trabalho de busca destas pessoas, tanto por terra, como locais de acesso por veículos traçados ou barco, e em casos de necessidade até com uso de helicóptero”, disse o prefeito.
Ele afirmou ainda que são pessoas que ficaram em quatro comunidades sem áreas de acesso a Conceição do Pará, ilhadas, mas com dificuldade de acesso.
“Na terça foram 18 resgates dessas pessoas que voltaram por necessidades médicas ou mesmo crianças. A gente está com este trabalho de levar mantimentos. Foi feito por via aérea na terça, e, nesta quarta, medicamentos, água e cestas básicas”, disse o Prefeito.
De acordo com o militar, são mais de 200 pessoas e, os ribeirinhos que estão desabrigados, estão usando a igreja de Nossa Senhora da Conceição.
“Estamos com uma médica de 90 pessoas desalojadas e 19 desabrigadas. Estas 2600 estavam na localidade da mancha e, de uma forma ou de outra, foram impactadas. Não foram atingidas, mas impactadas, pois estão ilhadas, perderam a segurança de um fim de semana tranquilo”, disse o sargento Ribeiro.
“Todos têm a oportunidade de saírem de lá, caso queiram. Mas estão seguros e não querem sair. Estamos mantendo-os com cesta básica, remédio, água. Estão em pontos seguros”, explicou o militar.
Barragem
A Barragem do Carioca, entre Pará de Minas e Conceição do Pará, teve constatados o transbordamento da represa, uma erosão na lateral e uma fratura no duto principal, motivos pelos quais foi emitido um alerta de rompimento no sábado.
Na segunda-feira, a cidade de Conceição do Pará estava sem água potável e moradores ilhados foram resgatados das casas.
A Barragem do Carioca, que teve constatados o transbordamento da represa, uma erosão na lateral e uma fratura no duto principal, segue sendo monitoradas. Caso ela se rompa afetará Conceição do Pará e pelo menos outros três distritos localizados entre Conceição do Pará, Pará de Minas e Pitangui.
Ilhados e desabrigados
Na manhã desta terça, equipes do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar (PM) continuaram o trabalho de resgate das pessoas ilhadas. No entanto, pelo menos 200 famílias continuam na região.
De acordo com a Defesa Civil, são moradores de comunidades rurais que estão debaixo d’ água porque ficam localizadas próximos aos Rios São João e Pará que começaram a transbordar no último domingo (9).
Em áudio compartilhado na noite de segunda (10) pela assessoria de comunicação da Prefeitura de Pará de Minas, o prefeito Elias Diniz (PSD) disse que 130 pessoas estão abrigadas em casas de família e abrigos; 30 da área do distrito de Carioca e 100 de Onça de Pitangui e Conceição do Pará.
Elias explicou que duas famílias que estavam ilhadas desde domingo foram retiradas nesta segunda e encaminhadas para casas de parentes. Ainda no distrito de Carioca, uma casa desabou, mas ninguém ficou ferido e os moradores foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros.
Barragem do Carioca
Um Posto Avançado foi criado pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Policias Civil e Militar em Conceição do Pará para o monitoramento da Barragem do Carioca a cada 30 minutos. O local pertence à empresa de Tecelagem Santanense, construída para geração de energia do empreendimento.
Em nota, a empresa ressaltou que não houve rompimento da barragem e que o volume de água aumentou naturalmente devido as chuvas no Estado. Apesar disso, a empresa informou que segue monitorando o local e tem um Plano de Ações Emergências.
Fonte: g1 Centro-Oeste