A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) assumiu nesta quarta-feira (4) o cargo de ministra do Meio Ambiente. É a segunda vez que Marina Silva ocupa o cargo – ela também foi ministra de Lula entre 2003 e 2008, nos dois primeiros mandatos do petista como presidente da República.
Em seu discurso de posse, Marina citou políticas ambientais adotadas pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, segundo ela, foram um “desrespeito com o patrimônio socioambiental brasileiro”.
“Boiadas passaram por onde deveria passar apenas proteção. Vários parlamentares se colocaram à frente de todo esse processo de desmonte”, afirmou.
Durante uma reunião ministerial, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou que o governo à época deveria aproveitar o momento em que o foco da sociedade e da mídia estava voltado para a Covid-19 para mudar regras que poderiam ser questionadas na Justiça.
“[…] Enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de COVID, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas”, disse Salles na ocasião.
A cerimônia, no Palácio do Planalto, foi concorrida e teve convidados fazendo fila do lado de fora. Para atender a quantidade de pessoas presentes, foi montado, de forma improvisada, um telão do lado de fora do edifício.
A nova ministra também disse que quer adotar as seguintes medidas:
- criação das secretarias do Controle do Desmatamento, da Bioeconomia, da Gestão Ambiental Urbana e Qualidade Ambiental e dos Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável;
- retomada do controle do Serviço Florestal Brasileiro e da Agência Nacional de Águas (ANA);
- retomada do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDam);
- mudança do nome da pasta para “Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática” para refletir o atual debate mundial;
Acreana, Maria Osmarina Silva Vaz de Lima nasceu em 8 de fevereiro de 1958.
Historiadora, junto com o seringueiro Chico Mendes foi uma das fundadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em seu estado.
Marina foi vereadora em Rio Branco, deputada estadual, senadora por dois mandatos e ministra do Meio Ambiente durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A política foi filiada ao PT e passou por PV e PSB antes de integrar a Rede Sustentabilidade.
Em 2010, Marina concorreu à Presidência da República como candidata do PV. Recebeu 19,6 milhões de votos e ficou em terceiro. Em 2014, pelo PSB, ela repetiu o terceiro lugar, desta vez com 22,1 milhões de votos.
Já em 2018, Marina concorreu pela Rede e teve 1 milhão de votos. O desempenho a fez repensar a carreira. Em 2022, ela foi eleita deputada federal por São Paulo.
Fonte: G1