Na manhã desse domingo (26), um boleto gigante foi instalado na Avenida Paulista, em São Paulo, como parte da campanha “A Gente Cobra – Financiamento Climático Direto para Quem Cuida da Floresta”. A ação, organizada pela Aliança dos Povos pelo Clima, visa chamar atenção para a dívida climática dos países mais ricos com os povos e territórios do Sul Global. O lançamento oficial da campanha está previsto para terça-feira (28).

Além da capital paulista, a intervenção foi realizada em Brasília, Recife, Santarém e na região do Xingu. Em cada local, o boleto simbólico — com até oito metros de largura — exibia o valor de R$ 1,6 trilhão, representando a cobrança por investimentos diretos em ações de preservação ambiental conduzidas por comunidades tradicionais.

Em entrevista à Agência Brasil, Jonaya de Castro, integrante do coletivo Unidos pelo Clima, explicou que o boleto traz como data de vencimento o dia 21 de abril de 1500, em referência à chegada dos colonizadores ao Brasil. “O boletão é esse boleto vencido, porque o Sul Global precisa de financiamento para conseguir fazer adaptação, fazer mitigação e manter a floresta de pé. E quem tem que ser financiado são os projetos dos indígenas e das comunidades tradicionais que protegem as florestas e os biomas”, afirmou.

A ação antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA). A campanha cobra que 50% dos recursos dos fundos internacionais de financiamento climático sejam destinados diretamente aos povos e comunidades tradicionais.

“A gente já sabe o que tem que fazer, sabe o que pode evitar o colapso e fazer regredir a temperatura, mas isso vai depender de financiamento e de interesse político e internacional. Temos que conseguir direcionar os fundos de financiamento climático para quem exatamente está protegendo [esses biomas]”, reforçou Jonaya.

Além da destinação direta de recursos, a campanha também reivindica a participação efetiva de comunidades tradicionais nos conselhos deliberativos dos fundos climáticos. Outra demanda estampada no boleto é a taxação das grandes fortunas, com parte da arrecadação voltada ao financiamento de ações ambientais.

Com informações da Agência Brasil

 

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