O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) realizou, na noite dessa quarta-feira (6), uma live diretamente da ocupação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Durante a transmissão, o parlamentar declarou que os deputados oposicionistas não deixariam o local, mesmo diante da possibilidade de ação da Polícia Legislativa. “Quer cassar nosso mandato? Que se dane!”, afirmou.
A mobilização, que já dura mais de 24 horas, foi motivada pela ordem de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), emitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na segunda-feira (4). Em resposta, parlamentares da oposição ocuparam os espaços da Mesa Diretora da Câmara e, também, do Senado.
Durante a transmissão ao vivo, Nikolas criticou a postura da presidência da Casa e afirmou que a ocupação tem como objetivo fazer valer a vontade da maioria dos deputados. “Eles não achavam que a gente teria coragem de permanecer. Ninguém aqui tem apego ao cargo, a gente tem apego ao Brasil. […] Quer cassar nosso mandato? Que se dane!”, reforçou.
A sessão marcada para a noite desta quarta-feira, às 20h30, pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi transferida para o formato on-line em razão da ocupação física da Mesa Diretora. Em diversos momentos, os deputados oposicionistas entoaram gritos como “Respeitem o Congresso”.
Em resposta à mobilização, Hugo Motta publicou um comunicado com base no Regimento Interno da Câmara, alertando para possíveis punições. “Quaisquer condutas que tenham por finalidade impedir ou obstaculizar as atividades legislativas sujeitarão os parlamentares ao disposto no art. 15, inciso XXX, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (suspensão cautelar do mandato por até seis meses)”, informa o texto.
Apesar disso, Nikolas encorajou seus colegas a manterem a pressão. “Ninguém está aqui como uma minoria pedindo pauta minoritária. Temos mais de 300 assinaturas pedindo para pautar a anistia. Ninguém aqui está pedindo uma pauta minoritária. Estamos de forma serena pedindo que o Hugo Motta respeite a maioria (dos deputados da Câmara)”, disse.
Os parlamentares da oposição afirmam que só deixarão a ocupação após a celebração do que chamam de “pacote da paz”, que inclui a votação do projeto de lei de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Com informações do Metrópoles