A febre-amarela é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus transmitido principalmente por mosquitos silvestres. Embora seja endêmica em várias regiões do continente americano, incluindo o Brasil, a preocupação com surtos urbanos tem crescido nos últimos anos. Fatores como baixas taxas de vacinação, alta circulação do vírus em macacos silvestres e mudanças climáticas que favorecem a proliferação de mosquitos nas cidades contribuem para o aumento do risco de transmissão urbana.

Nos últimos anos, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) tem alertado para o risco elevado de surtos urbanos de febre-amarela, especialmente no sul do Brasil, América Central e Caribe. Em 2024, foram registrados 61 casos no continente americano, resultando em 30 mortes. Em 2025, até maio, o número de casos confirmados já havia aumentado para 221, com 89 mortes em cinco países. No Brasil, foram 110 casos com 44 mortes no mesmo período, destacando a gravidade da situação.

Como a febre-amarela se espalha?

A febre-amarela é transmitida por mosquitos, principalmente em áreas silvestres. No entanto, o vírus também pode ser disseminado pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue, em áreas urbanas. Isso representa um risco significativo, pois muitas cidades brasileiras abrigam esse mosquito, que encontra condições climáticas favoráveis para sua proliferação. Embora o último registro de febre-amarela urbana no Brasil tenha sido em 1942, a possibilidade de um novo surto urbano não pode ser descartada.

Por que a vacinação é crucial?

A vacinação é a principal medida de prevenção contra a febre-amarela. A vacina é de dose única e oferece proteção para a vida toda. Desde 2020, a recomendação é de vacinação universal para brasileiros até 59 anos. No entanto, a cobertura vacinal tem ficado abaixo das metas estabelecidas, com dados mostrando uma cobertura nacional de apenas 73% em 2024. A baixa adesão à vacinação aumenta o risco de a doença escapar das áreas silvestres e iniciar um ciclo de transmissão urbana.

Quais são os desafios na produção de vacinas?

A produção de vacinas contra a febre-amarela enfrenta desafios significativos. No Brasil, a vacina é produzida por Biomanguinhos na rede pública e pela Sanofi na rede privada. Ambas são vacinas atenuadas feitas em ovo, o que limita a produção devido à necessidade de granjas certificadas. Durante surtos urbanos em 2017, o Brasil recorreu a doses fracionadas da vacina de Biomanguinhos devido à escassez. A capacidade de produção é um fator crítico, especialmente em tempos de aumento da demanda.

O que pode ser feito para prevenir surtos urbanos?

Para prevenir surtos urbanos de febre-amarela, é essencial aumentar a cobertura vacinal e controlar a população de mosquitos nas áreas urbanas. Campanhas de vacinação e conscientização são fundamentais para alcançar esses objetivos. Além disso, medidas de controle ambiental, como a eliminação de criadouros de mosquitos, são necessárias para reduzir o risco de transmissão. A febre amarela é uma doença grave, e a prevenção é a melhor estratégia para evitar suas consequências devastadoras.

Quais são os sintomas e como é feito o diagnóstico?

Os principais sintomas da febre-amarela incluem febre alta, calafrios, dor de cabeça, dores musculares, náusea e vômito. Em casos mais graves, pode ocorrer insuficiência hepática e hemorragias, levando ao risco de morte. O diagnóstico é realizado através de exames laboratoriais específicos, como sorologia e testes moleculares, geralmente disponíveis em grandes centros de referência no Brasil. O diagnóstico precoce é importante para o manejo adequado dos casos e para a adoção rápida de medidas de saúde pública.

Como a febre-amarela impacta a saúde pública?

O impacto da febre-amarela na saúde pública é expressivo, principalmente em regiões com baixa cobertura vacinal. Surtos podem sobrecarregar os sistemas de saúde, especialmente em cidades de grande porte, como Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, o risco de exportação da doença para outros países aumenta a necessidade de vigilância epidemiológica e de estratégias integradas entre governos e agências internacionais. Investimentos em pesquisas, fortalecimento da atenção primária e campanhas educativas são essenciais para enfrentar o desafio que a febre-amarela representa para a sociedade.

 

Fonte: Em Foco

 

 

COMPARTILHAR: