O dólar opera em baixa nesta segunda-feira (19), em um dia de negócios reduzidos em todo o mundo por conta do feriado do Dia do Fim da Escravidão nos Estados Unidos.

Investidores repercutem um relatório divulgado pelo banco Goldman Sachs, que reduziu suas projeções para o dólar em 2023. A instituição acredita que a moeda deve encerrar o ano cotada a R$ 4,40.

Também está no radar a última edição do Boletim Focus, relatório de projeções macroeconômicas do Banco Central do Brasil (BC) que trouxe, pela quinta vez consecutiva, uma redução nas estimativas para a inflação em 2023. O mercado ainda aguarda a divulgação do resultado da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece nesta quarta-feira (21).

Às 14h50, a moeda norte-americana caía 1,04%, vendida a R$ 4,7685.

Na sexta-feira (16), o dólar fechou em alta de 0,34% e fechou cotado a R$ 4,8186, interrompendo uma sequência de cinco quedas, que levaram-no ao menor patamar em um ano. Com o resultado, a moeda passou a acumular quedas de:

  • 1,18% na semana;
  • 5,02% no mês;
  • 8,70% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Em um dia de agenda esvaziada por conta do feriado no principal mercado acionário do mundo, as atenções dos investidores locais se voltam às novas projeções para a economia brasileira.

Segundo o Boletim Focus, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete a inflação oficial do país, deve fechar em 5,12% em 2023 — uma redução ante a última edição do relatório, que apontava para uma alta de 5,42%. Há um mês, as projeções eram de um IPCA de 5,80% neste ano.

Mesmo com a queda, se a expectativa se concretizar, a inflação fechará o ano acima do teto do valor estabelecido pelo BC. A meta é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%.

No entanto, as projeções mais baixas para o IPCA também contribuíram para uma redução nas expectativas para a Selic, taxa básica de juros. Agora, o mercado espera que a taxa encerre 2023 a 12,25% ao ano, de uma previsão de 12,50% anteriormente.

Atualmente, os juros estão em 13,75% ao ano e os especialistas acreditam que o Copom deve começar a baixa a taxa em agosto. Para a reunião desta quarta, a expectativa é que o Comitê mantenha os juros inalterados.

O Focus também apresentou a sexta alta consecutiva nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, que subiu de 1,84% para 2,14%. Em contrapartida, as estimativas para a taxa de câmbio caíram para R$ 5,00 no fim do ano.

Também está no radar dos investidores a votação para o novo arcabouço fiscal no Senado, que deve acontecer nesta semana.

Fonte: G1

 

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