O homem e a máquina
Milhares de anos atrás, um homem sem nome, carteira de identidade e título de eleitor, conseguiu passar uma mensagem para seu companheiro. Através de sinais, utilizando-se de signos até então desconhecidos… Este cidadão estabeleceu um código que trouxe uma possibilidade única em si mesmo: o ato de comunicação.
Daquele momento até os dias de hoje, o homem vem aperfeiçoando a arte de comunicar-se, criar laços, romper fronteiras, derrubar barreiras… Todos os povos, todas as nações, perseguem o mesmo objetivo – o emissor transmite sua mensagem codificada, o receptor decodifica a idéia e apreende o sentido… E assim, as estórias podem ser contadas, as tradições podem ser perpetuadas, a memória tem o seu arquivo…
Ao longo de toda a sua evolução, o homem tem usado sua inteligência superior para compensar sua inferioridade física em relação a outros animais do planeta, chegando, através de técnicas desenvolvidas, por suas próprias habilidades, superando a todos e, em todos os aspectos.
Aos que trabalham no comércio, na indústria, para que se lembrem de que também são homens.
O homem é o homem…
Não é um número,
Não é uma peça de uma máquina,
Não é um dado em uma estatística.
Há que ser tratado como um organismo vivo,
com seus ideais,
seus amores e seus ódios.
suas esperanças,
seus desenganos,
Como um ser pensante que é,
com suas qualidades e seus defeitos.
O homem é o homem…
Não se pode aceitar submetê-lo friamente a normas rígidas,
organogramas,
tabelas,
rotinas,
sistemas de produção
ou controles de operação.
Que tudo isso é feito pelo próprio Homem,
para discipliná-lo,
não para escravizá-lo.
O homem é o homem…
E o é, enquanto é tratado como um homem.
Porque, quando o homem náo é mais tratado com humanindade,
a máquina passa a ser mais importante que o homem,
as estatíticas passam a dirigir e resolver os problemas sociais,
os números passam a dominar tudo.
E o homem não é mais o homem…
Mas isso não é bom.
E, se ainda podemos julgar que isso não é bom,
devemos reagir para recolocar o homem em sua posição de senhor
e não de escravo.
Ainda há tempo?
Fonte: Livre adaptação pessoal de Alexandre Dezem Bertozzi, da página IX do livro: História Geral das Telecomunicações no Brasil, Caderno I, Organizador Henry British Lins de Barros, Edição patrocinada pela XEROX do Brasil. 1992.